Cascais esperava 11 cruzeiros mas só recebeu dois no último ano

Empresa responsável por atrair paquetes a Cascais abandonou o projecto. Câmara tenta agora reactivá-lo.

Foto
Pedro Cunha

Há precisamente um ano, atracou na baía de Cascais o Seven Seas Mariner, com 700 passageiros, facto que assinalava a entrada da vila na rota internacional de navios de cruzeiro. Um ano após a chegada do primeiro paquete, Cascais recebeu apenas o The World, em Julho, com 500 turistas.

A verdade faz-nos mais fortes

Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.

Há precisamente um ano, atracou na baía de Cascais o Seven Seas Mariner, com 700 passageiros, facto que assinalava a entrada da vila na rota internacional de navios de cruzeiro. Um ano após a chegada do primeiro paquete, Cascais recebeu apenas o The World, em Julho, com 500 turistas.

“Não se pode dizer que teve um grande impacto [na economia local] porque só ainda vieram dois paquetes. Não foi aquilo que se estava à espera, pois só quando houver uma cadência de chegada de cruzeiros é que a economia local vai realmente sentir o impacto. Houve expectativas criadas que foram goradas e neste momento está tudo parado”, lamentou à Lusa o presidente da Associação Empresarial do Concelho de Cascais (AECC), Armando Correia.

O presidente do município, Carlos Carreiras, disse em Junho do ano passado que esperava um elevado impacto na economia local, com a chegada dos cruzeiros. “Este serviço vai trazer vantagens brutais, já que estamos a falar de pessoas com grande poder económico e esta é uma aposta indirecta na requalificação e regeneração urbana a nível do comércio de proximidade que, acreditamos, terá uma melhoria substancial”, afirmou, na ocasião, o autarca.

Empresa abandonou projecto
O presidente da AECC, Armando Correia, explicou que a empresa privada responsável pela vinda dos cruzeiros de luxo – que há um ano anunciou 11 cruzeiros e 3200 visitantes – abandonou o projecto nos últimos meses, na sequência de divergências que teve com a Marina de Cascais.

Após a saída do promotor, a câmara, em parceria com a Marina de Cascais e o Porto de Lisboa, assumiu a gestão dos cruzeiros, com o objectivo de criar uma estrutura profissional para a promoção turística e consequente atracção de navios cruzeiro para a vila.

“Vamos trabalhar nos próximos tempos para montar uma estrutura capaz de trazer cruzeiros com mais regularidade para Cascais. A parceria com o Porto de Lisboa é fundamental em vários aspectos, nomeadamente na segurança. Além disso, Cascais não é concorrente de Lisboa e o Porto de Lisboa pode usar Cascais como ponto de atracagem. A região ganha como um todo”, sublinhou o vice-presidente da Câmara de Cascais, Miguel Luz. Segundo este autarca, a vinda do navio o The World, em Julho, foi já resultado do trabalho desenvolvido pela autarquia e pelos parceiros.

Contudo, o vice-presidente reconheceu que quando Cascais recebeu o primeiro cruzeiro de luxo foram criadas expectativas elevadas para a economia local, as quais “acabaram goradas”, uma vez que só chegou mais um navio à vila desde então.

Quanto à chegada do próximo cruzeiro a Cascais, ainda não há data prevista.

A Lusa tentou contactar a King’s Coast, empresa privada inicialmente responsável por atrair cruzeiros para Cascais, mas tal não foi possível até ao momento.