Cinecoa estreia em Portugal nova curta de Teresa Villaverde: Amapola
O festival de cinema no interior do país quer estar fora do que é habitual: não tem secção competitiva e escolhe cineastas "pouco homenageados".
Amapola é a resposta da realizadora ao desafio lançado pela 70ª edição do Festival Internacional de Cinema de Veneza: criar uma curta com cerca de um minuto e meio que reflicta sobre o futuro do cinema, para ser integrada no projecto Venice 70 - Future Reloaded. A curta terá estreia mundial nesta edição do festival de Veneza, entre os dias 28 de Agosto e 7 de Setembro.
A verdade faz-nos mais fortes
Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.
Amapola é a resposta da realizadora ao desafio lançado pela 70ª edição do Festival Internacional de Cinema de Veneza: criar uma curta com cerca de um minuto e meio que reflicta sobre o futuro do cinema, para ser integrada no projecto Venice 70 - Future Reloaded. A curta terá estreia mundial nesta edição do festival de Veneza, entre os dias 28 de Agosto e 7 de Setembro.
João Trabulo, director do festival, destacou ao PÚBLICO a vontade do Cinecoa apresentar programação fora do contexto daquilo que se faz nos restantes festivais e por isso “não ter, por exemplo, uma secção competitiva” e “apresentar Teresa Villaverde, que não é homenageada em Portugal como deveria”. A decisão de dar a ver em Portugal pela primeira vez a curta Amapola tem como objectivo ter nesta mostra todo o trabalho da realizadora, incluindo o mais recente.
“Provavelmente será a primeira retrospectiva da Teresa Villaverde organizada em Portugal”, disse João Trabulo na conferência de imprensa. A secção Focus deste festival é dedicada à realizadora de 47 anos que começou a sua carreira com A Idade Maior, em 1991, e fez desde então filmes como Três irmãos (1994), Mutantes (1998), Transe (2006) ou, o seu último, Cisne (2011).
Na terceira edição do Cinecoa, homenageia-se mais uma vez um clássico, já que o festival sempre quis estar ligado ao património cinematográfico, disse António Rodrigues, curador do festival. A homenagem é a Luís Buñuel - Viva Buñuel! exibe sete filmes do realizador desde os primeiros como Cão Andaluz (1929), passado por Nazarin (1958) ou Bela de Dia (1967). Um dos mais famosos filmes mudos surrealistas, L’Age d’Or (1930), é também projectado com o acompanhamento musical ao vivo de Jozef Van Wissem, o músico compositor da banda sonora original de Only Lovers left alive, de Jim Jarmusch, nomeado para a Palma de Ouro deste ano, em Cannes. Buñuel terá ainda duas exposições dedicadas à sua vida e obra: uma no Museu do Douro, sobre o seu trabalho no méxico, entre 1947 e 1965, outra no Museu do Côa, sobre a sua vida familiar.
Para além do filme-concerto dedicado a Buñuel, há um outro que apresentaI O Navegante, de Buster Keaton, apresentado ao som do contrabaixo de Carlos Bica e do piano de João Paulo Esteves da Silva, na sessão de abertura, no dia 10, no Auditório Municipal de Foz de Côa, onde acontecem todas as outras projecções.
Antes do início do festival na vila do interior, em Outubro, o Cinecoa organiza no Porto e em Lisboa, entre 9 e 15 Setembro, uma retrospectiva da obra do cineasta canadiano Denis Côté, vencedor do prémio Alfred Bauer este ano em Berlim, com o filme Vic & Flo Saw Bear. Neste panorama sobre a sua obra estão todos os seus filmes, com excepção deste último. Este ciclo de preparação para o festival traz projecções de filmes como Les États Nordiques (2005), Elle veut le chaos (2008), Curling (2010) ou Bestiaire (2012) à Cinemateca, em Lisboa, e ao Museu Soares dos Reis e bar e cinema Passos Manuel, no Porto. “Esta é a primeira vez que é possível ter uma visão global da sua obra em Portugal”, diz Luís Miguel Oliveira, programador da Cinemateca.