Despiste de carro militar no Funchal faz um morto e quatro feridos

Veículo estava a apoiar o combate aos incêndios que lavram desde sexta-feira na Barreira. Exército vai apurar causas do acidente.

Fonte do Serviço de Protecção Civil Regional da Madeira disse ao PÚBLICO que uma pessoa morreu na sequência de um “incidente” com um veículo militar, mas não adiantou mais informações.

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Fonte do Serviço de Protecção Civil Regional da Madeira disse ao PÚBLICO que uma pessoa morreu na sequência de um “incidente” com um veículo militar, mas não adiantou mais informações.

Segundo relataram à Lusa testemunhas no local, a viatura do Exército seguia com militares e “terá ficado sem travões” quando descia uma rua, e “começou a embater em vários carros estacionados”. Na sequência do despiste, embateu também na “entrada de uma casa onde estavam duas mulheres”, uma das quais a vítima mortal, uma enfermeira de 51 anos. Inicialmente, os bombeiros indicavam que se tratava de uma mulher com cerca de 40 anos.

O acidente provocou ainda mais quatro feridos ligeiros - embora os bombeiros municipais e a Protecção Civil regional tenham mencionado apenas três. A directora clínica do Hospital Dr. Nélio Mendonça, para onde foram encaminhados os feridos, disse à Lusa que nenhum apresentava situações de risco e que todos teriam alta até ao final do dia. "São dois civis e dois militares e nos quatro casos não há situações de risco”, afirmou Sidónia Nunes.

Numa nota citada pela Lusa, o Exército informa que o acidente ocorreu pelas 12h30 quando a viatura “ficou desgovernada numa descida, tendo embatido em vários automóveis e acabado por ficar imobilizada na entrada de uma casa”. Era aí que estavam duas mulheres, sendo uma delas a vítima mortal.

O 2.º comandante da Zona Militar da Madeira, coronel Portela Ribeiro, disse em declarações à SIC Notícias que ainda não existem explicações para o acidente. O responsável confirmou que a viatura militar, na qual seguiam cinco pessoas, terá perdido o controlo, indo embater contra o portão de uma moradia, onde se encontrava a vítima mortal.

Portela Ribeiro indicou que os cinco militares que seguiam na viatura tinham rendido esta manhã uma das equipas do exército que está a apoiar os bombeiros no combate às chamas. Na altura do acidente, os cinco militares “estariam a trabalhar “há cerca de três horas”. Questionado sobre a hipótese de cansaço ter estado na origem do sinistro, Portela Ribeiro indicou que as equipas de militares estão a realizar turnos com um máximo de oito horas, apesar de admitir que "possa haver algum desgaste físico".

Exército vai abrir inquérito
O porta-voz do Exército, tenente-coronel Jorge Pedro, confirmou, em declarações à Lusa, “a abertura de um processo de averiguações para apuramento das causas do acidente, bem como da responsabilidade associada ao mesmo”. O Exército "lamenta e apresenta as mais sentidas condolências aos familiares da vítima mortal e acompanha a situação dos outros feridos”, acrescentou o militar.

Jorge Pedro sublinha que “apesar da trágica situação hoje ocorrida, o Exército irá continuar a garantir o apoio que tem sido dado desde sexta-feira às entidades e às populações vítimas dos fogos florestais”.

Também o Governo regional emitiu uma nota na qual lamenta o acidente e manifesta a sua solidariedade para com as vítimas e seus familiares. Endereça ainda "uma palavra de solidariedade à Instituição Militar, que de forma empenhada tem disponibilizado todo o apoio às populações afectadas".

O incêndio na Barreira, na zona alta de Santo António, lavra desde a madrugada de sexta-feira. Onze casas ficaram destruídas e nove outras sofreram danos parciais, tendo pelo menos 21 pessoas ficado desalojadas.

Os fogos consumiram ainda uma vasta área florestal, incluindo cerca de 20 hectares do Parque Ecológico do Funchal. Devido ao intenso fumo que se registou em algumas zonas, e por precaução, perto de 200 doentes que se encontravam no Hospital dos Marmeleiros foram retirados das instalações. No final de domingo, tinha já regressado à unidade hospitalar.

Plano Municipal de Emergência do Funchal foi activado mas pelas 12h15 de domingo deixou de estar em vigor, devido a uma melhoria significativa da situação. Na madrugada desta segunda-feira a situação ficou controlada mas pela manhã o incêndio voltou a ameaçar casas na zona da Estrela.

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