CIA confirma Area 51 – mas sem ET ou OVNI

Agência de espionagem revela local no Nevada usado para testar aviões de reconhecimento.

Foto
Imagem divulgada pelo Exército em 1972 de uma aeronave num teste militar Reuters

A informação foi dada pela CIA na sequência de um pedido de consulta a registos públicos feito por académicos da George Washington University e foi a primeira vez que a agência reconheceu a existência do local, a cerca de 130 quilómetros a noroeste de Las Vegas. A base foi desenvolvida nos anos 1950 para testar os aviões espiões U-2. Outras aeronaves supersecretas foram depois ali testadas, como o avião de reconhecimento supersónico A-12  e o avião furtivo F-117.

A verdade faz-nos mais fortes

Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.

A informação foi dada pela CIA na sequência de um pedido de consulta a registos públicos feito por académicos da George Washington University e foi a primeira vez que a agência reconheceu a existência do local, a cerca de 130 quilómetros a noroeste de Las Vegas. A base foi desenvolvida nos anos 1950 para testar os aviões espiões U-2. Outras aeronaves supersecretas foram depois ali testadas, como o avião de reconhecimento supersónico A-12  e o avião furtivo F-117.

Jeffrey Richelson, que pediu a história do U-2 em 2005 à CIA, comenta que “esta é a primeira vez que deve ter havido uma decisão a nível superior para reconhecer a Area 51 e a sua localização específica”, disse à Reuters.

O local foi escolhido em 1955 por ter várias condições para os testes dos aviões espiões – era remoto, estava perto de um outro local de testes nucleares e, de a partir de alguns pontos, poderia parecer uma miragem. 

O local sem nome foi ainda o centro das atenções por um processo em tribunal de 1995, quando pessoas que ali trabalhavam afirmaram ter ficado doentes por exposição a químicos tóxicos, incluindo tintas e coberturas anti-radar e outros materiais secretos. Alguns morreram depois de terem tido estranhos problemas de pele e respiratórios. Para ali trabalhar, era necessário assinar um juramento de que não se poderia dizer nada a ninguém sobre o sítio e as funções que se desempenhavam.

“O que quem ler o estudo da CIA vai encontrar é que a agência testa os aviões de reconhecimento U-2 e A-12 num local no Nevada que às vezes é chamado ‘Area 51’”, disse o porta-voz da CIA Edward Price. “O que não vão encontrar é quaisquer referências a extraterrestres ou outras teorias da conspiração que são do domínio da ficção científica.”

Uma das teorias envolvendo objectos voadores não identificados (OVNI) na Area 51 é a da queda de um disco-voador perto de Roswell, Novo México, em 1947, e cujos restos teriam sido levados para o Nevada para experiências de engenharia para tentar perceber como funcionaria a nave – e um extraterrestre morto teria sido mesmo autopsiado. Há até um famoso vídeo (tudo indica que falso...), que chegou a passar na televisão portuguesa há uns bons anos.

No documento há, no entanto, uma passagem sobre a ligação entre o local e os OVNI, “no sentido em que as pessoas viam os U-2 numa altura em que estes eram secretos e a uma altitude muito grande, e não sabiam o que eram – nesse sentido, eram objectos voadores não identificados”. Nesta época, ninguém acreditava que seria possível que os aviões voassem a mais de 60 mil pés, muito mais alto do que os voos comerciais – hoje, segundo a Boeing, um voo transatlântico típico faz-se entre os 35 e os 39 mil pés.

Notícia corrigida às 15h34 de 18/08/13