Werner Herzog realiza curta contra o envio de SMS a conduzir
“From One Second to the Next” é o nome do documentário que Herzog assina como parte de uma campanha contra o envio de SMS durante a condução. Em apenas uma semana ultrapassou o milhão e meio de visualizações no YouTube
Os números não param de crescer nos Estados Unidos: anualmente são mais de cem mil os acidentes de viação cuja causa é o envio de SMS durante a condução. Para 75% dos adolescentes com carta de condução é “comum” trocar mensagens escritas enquanto estão ao volante.
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Os números não param de crescer nos Estados Unidos: anualmente são mais de cem mil os acidentes de viação cuja causa é o envio de SMS durante a condução. Para 75% dos adolescentes com carta de condução é “comum” trocar mensagens escritas enquanto estão ao volante.
A pensar nisto, a empresa de telecomunicações norte-americana AT&T lançou um desafio ao realizador alemão Werner Herzog: o de dirigir uma curta-metragem documental que integrasse uma campanha de sensibilização contra o “text and driving”, incluindo vários pequenos “teasers” de 30 segundos, divulgados nos últimos meses.
“From One Second to the Next” são 35 minutos que contam as histórias de quatro acidentes de viação causados por alguém que escrevia — ou lia — uma mensagem de texto, em vez de estar concentrado na estrada. Integra uma campanha global chamada “It Can Wait” e termina com os participantes a apelarem aos norte-americanos para não usarem o telemóvel enquanto conduzem.
A perspectiva vai mudando durante o documentário: a voz é dada quer às vítimas quer aos causadores dos acidentes. A ambos é pedido que contem, detalhadamente, o que aconteceu antes e durante o acidente — fatal em dois dos casos.
“Soube que o podia fazer porque é algo que tem a ver com acontecimentos catastróficos que invadem uma família”, explicou o realizador de “Grizzly Man” (2005) à agência Associated Press (AP). “Num segundo, vidas inteiras são apagadas ou mudam para sempre. Este tipo de ressonância é algo que eu podia cobrir.”
Herzog, de 70 anos, garante à AP que o seu trabalho “não tem nada que ver com consumismo”. “Não estamos a tentar vender um telemóvel. Estamos a tentar cultivar consciência”, sublinha.
Em apenas uma semana, o vídeo, publicado no YouTube, ultrapassou o milhão e meio de visualizações. Vai, ainda, ser exibido em mais 40 mil escolas secundárias, organizações de segurança e agências governamentais dos EUA.