Estados Unidos cancelam exercícios militares conjuntos com o Egipto
Presidente Barack Obama anunciou revisão da cooperação militar com o Egipto, no valor de 1,3 mil milhões de dólares anuais
“A nossa cooperação não pode continuar como o costume quando civis estão a ser atacados”, explicou o Presidente Barack Obama, que anunciou o cancelamento imediato da operação Bright Star, uma série de exercícios militares conjunto, iniciados em 1981 no âmbito dos Acordos de Camp David, e que estavam marcados para meados de Setembro na região do Sinai.
A verdade faz-nos mais fortes
Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.
“A nossa cooperação não pode continuar como o costume quando civis estão a ser atacados”, explicou o Presidente Barack Obama, que anunciou o cancelamento imediato da operação Bright Star, uma série de exercícios militares conjunto, iniciados em 1981 no âmbito dos Acordos de Camp David, e que estavam marcados para meados de Setembro na região do Sinai.
Obama indicou ainda que a sua Administração, severamente criticada pela resposta ambígua aos acontecimentos recentes no Egipto, não hesitaria em tomar “medidas futuras” em função da sua avaliação dos desenvolvimentos no país.
Em reacção à violência de quarta-feira contra os apoiantes de Mohamed Morsi, acampados há seis semanas em protesto contra a deposição do Presidente islamista pelos militares – e que provocou pelo menos 525 mortes – , Obama pronunciou as palavras mais duras até agora contra o Governo do Cairo.
“Os Estados Unidos condenam veementemente as medidas adoptadas pelas forças de segurança e o Governo interino do Egipto. Deploramos a violência contra civis, opômo-nos à lei marcial e rejeitamos o princípio de que a segurança é superior à liberdade individual”, declarou.
Obama sublinhou que o seu país “não pode determinar o futuro do Egipto” nem pretende “assumir o lado de um determinado partido ou figura política”. “Reconhecemos a complexidade da situação”, observou, lembrando que “embora Morsi tenha sido democraticamente eleito, o seu Governo não integrava e nem respeitava a opinião da maioria dos egípcios”.
Sem nunca classificar a tomada do poder pelos militares como ilegítima, Obama não deixou de criticar o rumo seguido pelos chefes militares e o Governo interino por eles nomeado. “Depois da sua intervenção, ainda havia uma porta aberta para a reconciliação nacional”, notou, lamentando que esse não tenha sido o caminho escolhido. “E agora tragicamente a violência reclamou a vida de milhares de pessoas”, notou.
“O povo egípcio merece mais do que o que temos visto. O ciclo de violência e escalada tem de parar e os direitos universais têm de ser respeitados”, disse Barack Obama. O Presidente dos EUA apelou ainda “àqueles que protestam que o façam de forma pacífica”.