Espanhola que “restaurou” Ecce Homo mostra talento em exposição de pintura
Obra que tornou famosa Cecilia Giménez atraiu já 70 mil turistas a Borja, no nordeste de Espanha. Igreja onde está o "restauro" angariou 50 mil euros.
A mostra, que se pode visitar até 24 de Agosto na sala de exposições Villa Sabina, de Borja, inclui 25 quadros que Cecília Giménez pintou durante o último ano. Entre eles está a sua versão recente de Ecce Homo, que é agora a imagem de marca de um vinho da região, da casa Bodegas Ruberte. “Em todo este tempo houve pessoas que me apoiaram muito e, depois do mal que passei, a inauguração desta exposição faz-me ser feliz de novo”, disse a pintora ao jornal local Aragón Digital, na terça-feira.
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A mostra, que se pode visitar até 24 de Agosto na sala de exposições Villa Sabina, de Borja, inclui 25 quadros que Cecília Giménez pintou durante o último ano. Entre eles está a sua versão recente de Ecce Homo, que é agora a imagem de marca de um vinho da região, da casa Bodegas Ruberte. “Em todo este tempo houve pessoas que me apoiaram muito e, depois do mal que passei, a inauguração desta exposição faz-me ser feliz de novo”, disse a pintora ao jornal local Aragón Digital, na terça-feira.
Cecilia Giménez ficou conhecida em todo o mundo, mas não pelas melhores razões. A 7 de Agosto de 2012, o Centro de Estudos Borjanos detectou que a pintura do século XIX, que segundo a respectiva legenda demorou dois dias a fazer, tinha ficado destruída após um restauro “espontâneo” feito pela octogenária. O quadro decorava as paredes de uma pequena igreja de uma pousada do século XVI, em Borja, propriedade do Hospital Sancti Spiritus. Aquela representação do Cristo de Borja era a única obra de arte da cidade e tinha sido doada pelo autor.
A mulher fez o restauro “sem dizer nada a ninguém”, ainda que “com boa intenção”, dizia então o conselheiro da Cultura do Consistório, Juan María de Ojeda, citado pelo diário espanhol El País. Quando se apercebeu do estado em que a obra ficara, a senhora avisou o responsável do património cultural de Borja e confessou o dano causado - que os especialistas consideraram ser "muito difícil" de reparar. Os tempos que se seguiram foram negros para Cecilia Giménez, que teve mesmo crises de ansiedade.
Desde então, Borja tornou-se local de romaria para milhares de turistas. O “novo” Cristo de Borja ficou tão famoso que, em Setembro, a fundação proprietária da igreja começou a cobrar um euro por visitante. Conseguiu assim arrecadar 50 mil euros, segundo o jornal espanhol El Mundo, um valor que será repartido entre Ceilia Giménez e a fundação. Nos últimos 12 meses, a obra foi vista por 70 mil pessoas.
O caso animou as redes sociais, onde se multiplicaram piadas sobre o assunto. No Facebook nasceu até um grupo chamado “Senhoras que restauram Cristos de Borja”, que apresentava várias fotografias satirizando a situação. Agora, Cecilia Giménez tem um clube de fãs naquela rede social com mais de 24 mil seguidores.