Câmara de Santa Cruz aprova resort que vai custar até 70 milhões

À agência Lusa, o presidente da autarquia, o social-democrata José Alberto Gonçalves, afirmou que o projecto de arquitectura do resort foi aprovado na reunião do executivo municipal e referiu que vai ser uma “mais-valia para o concelho”.

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À agência Lusa, o presidente da autarquia, o social-democrata José Alberto Gonçalves, afirmou que o projecto de arquitectura do resort foi aprovado na reunião do executivo municipal e referiu que vai ser uma “mais-valia para o concelho”.

“Potencia e valoriza o município e está muito bem integrado na paisagem”, declarou o autarca, desvalorizando as críticas da associação ambientalista Quercus, que hoje anunciou ser contra o empreendimento porque “viola a lei”.

A dirigente do Núcleo Regional da Madeira da Quercus, Elsa Araújo, explicou que “até à aprovação dos planos de ordenamento da orla costeira – que a região não tem - é proibida a construção com uma faixa com largura até 500 metros a partir do nível do mar” e observou ainda que o Plano Director Municipal (PDM) classifica aquela zona como “espaço agrícola e espaço natural de recreio e de lazer”.

“O PDM não pode ser suspenso para servir os interesses de A ou B”, defendeu Elsa Araújo, notando que “a costa sul da ilha está a ser demasiadamente artificializada”.

O presidente da Câmara de Santa Cruz reconheceu que o PDM “apresentava algumas condicionantes que estão ultrapassadas” e disse que o projecto obteve as autorizações necessárias de outras entidades, conforme resolução, na semana passada, do Conselho de Governo.

O director-geral da empresa Portinho – Investimentos Imobiliários SA, com sócios locais e internacionais, responsável pelo ‘resort’, adiantou que este inclui uma unidade hoteleira de cinco estrelas, com 160 quartos, e mais 140 apartamentos turísticos.

“Terá quatro restaurantes, ‘spa’, piscinas interiores e exteriores e campos de ténis”, exemplificou Tomé Brazão, salientando que será o grupo Sol Meliá a gerir o espaço sob a insígnia “Gran Meliá”.

O responsável adiantou que a construção deverá arrancar no último trimestre do ano, prevendo-se, em obra, um máximo de 500 trabalhadores. Deverá estar concluída em dois anos.

“O Caniço de Baixo é o segundo maior polo turístico da Madeira, no local já existe uma marca internacional e esta será a primeira unidade de cinco estrelas”, sublinhou Tomé Brazão.

Questionado sobre o investimento, em contraciclo, o director-geral da empresa respondeu: “O turismo é das únicas indústrias do mundo que ainda cresce e é nessa perspectiva que investimos”.

“Achamos que vai ser um ponto de viragem na oferta turística do Caniço para melhor”, acrescentou, frisando que o resort vai ser o mais amigo do ambiente possível e o “menos invasivo possível no seu enquadramento paisagístico”.