Governo repensa modelo dos briefings para “eliminar ruído”

Ministro Miguel Poiares Maduro quer que os encontros entre o Governo e a comunicação social regressem em Setembro com novo formato.

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Poiares Maduro prometeu "diálogo reforçado" com os autarcas Miguel Manso

“O que é importante e interessante discutir é, no contexto do tal debate sobre a nossa cultura política, qual é a forma que deve assumir a relação entre o Governo, os partidos e a comunicação social. Tem ou não um Governo uma obrigação de fornecer informação aos cidadãos, e de que forma?”, questionou o ministro esta terça-feira durante o último briefing antes das suas férias.

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“O que é importante e interessante discutir é, no contexto do tal debate sobre a nossa cultura política, qual é a forma que deve assumir a relação entre o Governo, os partidos e a comunicação social. Tem ou não um Governo uma obrigação de fornecer informação aos cidadãos, e de que forma?”, questionou o ministro esta terça-feira durante o último briefing antes das suas férias.

Para logo a seguir responder que considera ser “dever de um Governo, dever dos partidos, e dever dos actores políticos fornecer informação com regularidade, sobre diferentes matérias. Isso faz parte de um princípio de transparência na acção governativa e na acção política”.

Porém, apesar desta sua teoria, Miguel Poiares Maduro admite que estes encontros com a comunicação social, na sua maior parte transmitidos em directo pelas televisões, “têm assumido também uma natureza de debate provavelmente por uma coincidência infeliz de os primeiros briefings terem coincidido com um contexto de crise política”.

Não é que os briefings tenham causado essa crise política, mas a verdade é que os últimos dois encontros terão dado uma forte contribuição para a polémica saída do secretário de Estado do Tesouro. Joaquim Pais Jorge apresentou-se num desses encontros, no dia 2 de Agosto, para falar sobre o seu não-envolvimento no caso da oferta de swaps do Citibank ao Governo de Sócrates em 2005 e acabou por deixar ainda mais dúvidas acerca da sua real participação no caso. Depois, no encontro seguinte, no dia 6, o secretário de Estado adjunto Pedro Lomba, afirmou existirem “inconsistências problemáticas” entre os documentos que eram conhecidos sobre o caso dos swaps, deixando logo no ar que a permanência de Pais Jorge no Governo deveria estar por pouco tempo.

Como o ministro não quer que os briefings se transformem numa “fonte de ruído” tal que afecte a finalidade de uma “comunicação regular, transparente”, decidiu pensar em alterações ao formato. Que deverão passar também por mudar a periodicidade – a primeira intenção era que fossem diários, mas foram suspensos durante um mês depois de duas edições, logo a seguir à demissão de Paulo Portas; a seguir passaram a bissemanais.

“Iremos pensar como melhor evoluir, de forma a eliminar o ruído e permanecer com aquilo que é o objectivo fundamental, que é a finalidade de contribuir para essa cultura política que me parece mais saudável.” Para já, a promessa é que regressam em Setembro.