Estudante inicia angariação de fundos para ajudar a pagar doutoramento

Aluno da Universidade de Lisboa pretende reunir seis mil euros para pagar três anos de propinas. Samuel Pires quer, ainda, alertar para o "nefasto funcionamento da FCT"

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Miguel Manso

Samuel Paiva Pires, 26 anos, acaba de lançar uma campanha de crowdfunding com o objectivo de angariar o montante necessário para liquidar as propinas de doutoramento na Universidade de Lisboa. O jovem alega ter sido prejudicado no concurso de 2012 de atribuição de bolsas de investigação pela Fundação para a Ciência e Tecnologia (FCT), o que o deixou sem o dinheiro necessário para conseguir financiar os estudos.

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Samuel Paiva Pires, 26 anos, acaba de lançar uma campanha de crowdfunding com o objectivo de angariar o montante necessário para liquidar as propinas de doutoramento na Universidade de Lisboa. O jovem alega ter sido prejudicado no concurso de 2012 de atribuição de bolsas de investigação pela Fundação para a Ciência e Tecnologia (FCT), o que o deixou sem o dinheiro necessário para conseguir financiar os estudos.

Samuel preparava-se para iniciar a sua tese de doutoramento na Universidade de Durham, em Inglaterra, chegando inclusive a contrair um empréstimo bancário para suportar as suas despesas até receber a bolsa. Porém, viu o seu projecto receber uma avaliação de dois valores, abaixo dos requisitos mínimos exigidos pela FCT para atribuição da bolsa. O estudante ainda submeteu um pedido de recurso desta avaliação, mas que foi indeferido a 15 de Julho com a justificação de que “o júri identificou claramente os aspectos a aperfeiçoar no projecto de investigação”.

Com esta angariação de fundos, Samuel pretende alertar também para o “nefasto funcionamento da FCT e para a necessidade de que esta seja completamente reformulada”, como se pode ler no comentário que publicou no passado dia 5 de Agosto no seu blogue de comentário político, "Estado Sentido", onde lançou a campanha. Samuel pede seis mil euros, fornecendo dados bancários e a garantia de inclusão dos nomes dos apoiantes nos agradecimentos da sua tese.

Chegou a expor a sua situação em sede de audiência parlamentar concedida pela Comissão de Educação, Ciência e Cultura da Assembleia da República, onde criticou a constituição dos júris e dos seus “membros que pouco ou nada variam entre os concursos anuais”. Com a sua denúncia, conseguiu chamar a atenção de um grupo de deputados que questionaram a tutela sobre o funcionamento da FCT.

Samuel Paiva Pires é licenciado em Relações Internacionais pelo Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas da Universidade Técnica de Lisboa, tendo terminado o curso com uma média final de 16 valores. Frequentou depois um mestrado em Ciência Política na mesma instituição, que terminou com uma média final de 17 valores. Agora serão os donativos de particulares a ditar se segue ou não para doutoramento.