Cameron e Rajoy anunciam negociações para pôr fim à crise de Gibraltar
Líder espanhol terá oferecido diminuição dos controlos na fronteira.
Os media britânicos dizem que David Cameron expressou as suas preocupações com as medidas de controlo de fronteira das autoridades espanholas, que levaram a atrasos de sete horas no fim-de-semana passado, e a que algumas pessoas tivessem de receber assistência médica por causa do calor.
A verdade faz-nos mais fortes
Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.
Os media britânicos dizem que David Cameron expressou as suas preocupações com as medidas de controlo de fronteira das autoridades espanholas, que levaram a atrasos de sete horas no fim-de-semana passado, e a que algumas pessoas tivessem de receber assistência médica por causa do calor.
Rajoy ter-se-ia oferecido para “reduzir as medidas”, disse o gabinete de Cameron, citado pela BBC. Antes. Espanha tinha afirmado que os controlos eram normais e se destinavam apenas a prevenir contrabando.
Já a imprensa espanhola destacava que Mariano Rajoy tinha dito a Cameron que era “inaceitável” que as autoridades de Gibraltar tenha lançado de forma unilateral uma série de blocos de cimento no mar para encorajar a vida marinha, na justificação de Gibraltar, ou impedir a passagem dos pescadores espanhóis, na versão de Madrid.
Depois do telefonema que, segundo o diário espanhol El País, durou dez minutos, ambos concordaram em iniciar negociações para resolver o conflito através dos ministros dos Negócios Estrangeiros, José Manuel García-Margallo e William Hague.
García-Margallo tinha, no início da semana, invocado possíveis medidas que deixaram os britânicos mais preocupados: uma possível taxa de 50 euros para veículos atravessando a fronteira (para compensar os prejuízos causados aos pescadores espanhóis pela barreira), a possibilidade de encerramento do espaço aéreo espanhol a voos com destino ao território, e a possibilidade de mudar a lei relativa às empresas de jogo online que operam em Gibraltar (esta é, a par da banca offshore e do turismo, uma das grandes fontes de rendimento do território, onde vivem cerca de 30 mil pessoas). “A festa acabou”, tinha dito ainda o ministro espanhol.
O governador de Gibraltar, Fabian Picardo, reagiu classificando estas ameaças como "retrógradas" e "claramente reminiscentes das políticas e tácticas do regime fascista de Franco nos anos 1950 e 60". E o Reino Unido assegurou que iria "usar todos os meios necessários para salvaguardar a soberania britânica”.