A Gaiola Dourada

Num ponto o enorme esforço promocional que acompanhou a estreia de "A Gaiola Dourada" bate certo: um filme sobre a comunidade portuguesa em França, e originário dela, é uma raridade, totalmente ao contrário do que sucede, por exemplo, com os magrebinos também em França, ou com os paquistaneses em Inglaterra, ou com os turcos na Alemanha.


A verdade faz-nos mais fortes

Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.

Num ponto o enorme esforço promocional que acompanhou a estreia de "A Gaiola Dourada" bate certo: um filme sobre a comunidade portuguesa em França, e originário dela, é uma raridade, totalmente ao contrário do que sucede, por exemplo, com os magrebinos também em França, ou com os paquistaneses em Inglaterra, ou com os turcos na Alemanha.


Mas "A Gaiola Dourad"a escolhe o afecto, puro e simples, um grande abraço caloroso, sem ensaiar qualquer espécie de complexidade ou ferocidade neste seu olhar sobre os portugueses de França, definidos em caricatura e estereótipos plenos de bonomia (três bês: Benfica, bacalhau e bejecas). Cumprirá, como tem cumprido, o seu papel de feel good movie à franco-portuguesa, de comédia de costumes bem-intencionada e sem um grama de maldade, mas a sua relevância será muito menos uma questão de cinema e muito mais um assunto de sociologia.