Governo defende que “não há dúvidas sobre legalidade” de venda de acções de Rui Machete
O secretário de Estado adjunto do ministro adjunto e do Desenvolvimento Regional defendeu nesta sexta-feira que “não há dúvidas sobre a legalidade da operação” e que “o envolvimento do ministro dos Negócios Estrangeiros no BPN e os seus contornos são absolutamente públicos”. Pedro Lomba respondia assim aos jornalistas, durante um briefing na Presidência do Conselho de Ministros, em que lhe perguntaram sobre a existência de dúvidas do ponto de vista político na actuação de Rui Machete na venda de acções da SLN ao BPN.
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O secretário de Estado adjunto do ministro adjunto e do Desenvolvimento Regional defendeu nesta sexta-feira que “não há dúvidas sobre a legalidade da operação” e que “o envolvimento do ministro dos Negócios Estrangeiros no BPN e os seus contornos são absolutamente públicos”. Pedro Lomba respondia assim aos jornalistas, durante um briefing na Presidência do Conselho de Ministros, em que lhe perguntaram sobre a existência de dúvidas do ponto de vista político na actuação de Rui Machete na venda de acções da SLN ao BPN.
O PÚBLICO revelou nesta sexta-feira que Rui Machete comprou, entre 2001 e 2005, 25.500 acções da SLN a um euro cada e as vendeu no ano seguinte por 2,5 euros cada, o que representa um lucro de 150%, numa operação com timings e contornos semelhantes à feita por Cavaco Silva. Na mesma altura, a maioria dos investidores da holding subscreveu acções por um preço manifestamente superior.
O secretário de Estado adjunto classificou a notícia de assunto “requentado”, alegando que “não há nada de novo em relação ao envolvimento do ministro” no caso BPN.
Questionado sobre a razão pela qual o currículo de Rui Machete que foi tornado público pelo gabinete do primeiro-ministro aquando da sua indigitação não conter qualquer referência ao facto de o actual ministro dos Negócios Estrangeiros ter sido membro e presidente do conselho superior da SLN entre 2000 e 2009, Pedro Lomba limitou-se a remeter para as declarações já prestadas pelo ministro e reafirmou que as notícias se referem a “factos que já tinham sido falados”.
Pouco depois de tomar posse como ministro, Rui Machete limitou-se a classificar de “podridão dos hábitos políticos” o facto de esta omissão do seu currículo ter causado alguma polémica.
Já nesta sexta-feira o ministro disse à Rádio Renascença que tem "uma conduta isenta de crítica": "Não faço ideia a quanto [é que os outros accionistas] compraram. Foi o preço que me pediram, foi o preço que paguei", afirmou ainda Rui Machete.