ANIMAL reage às críticas ao baptismo do pitbull Mandela
Associação diz ter sido vítima de ameaças e deixou um comunicado para esclarecer o baptismo do pitbull. "Queriam que lhe tivéssemos chamado Saddam?"
O Tribunal Administrativo e Fiscal de Beja resolveu entregar provisoriamente à associação Animal o cão arraçado de pitbull Zico, que se encontrava no canil de Beja depois de ter morto um bebé em Janeiro.
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O Tribunal Administrativo e Fiscal de Beja resolveu entregar provisoriamente à associação Animal o cão arraçado de pitbull Zico, que se encontrava no canil de Beja depois de ter morto um bebé em Janeiro.
A dirigente da Animal, Rita Silva, explica que o cão vai agora ser rebaptizado, tal como sucede com todos os animais resgatados pela associação: “Vamos chamá-lo Mandela, porque tal como o líder sul-africano este cão também é um símbolo de liberdade. Esteve preso sete meses sem saber porquê, tal como Mandela esteve preso mais de duas décadas”.
Mandela ou Saddam?
Através da página de Facebook, a associação veio esclarecer que "dá sempre nomes de humanos ou de outros animais aos animais que resgata". E que faz "sempre como uma homenagem", prossegue o comunicado, respondendo a uma série de comentários. "Não, não vemos como uma provocação dar o nome de um símbolo de resistência a um animal que, embora não tenha consciência disso, teve muita gente a lutar por si, e que, de certa forma é também um símbolo de resistência. Não, ninguém está a comparar o Nelson Mandela ao cão Mandela, porque dois indivíduos não são comparáveis, nem duas situações como as que aqui analisamos o são".
No mesmo comunicado, a Animal diz ter sido vítima de ameaças e revela ter na sua posse dados da autópsia. "Não ficou provado que o cão tenha sido o responsável pela morte da criança! Se tivesse ficado provado, jamais a juíza teria decidido a nosso favor!"
Ainda sobre o nome, a Animal deixa uma questão: "Queriam que lhe tivéssemos chamado Saddam?"
Cão pode ter problemas de saúde
Na origem da entrega provisória do cão à associação está uma providência cautelar interposta pela Animal, depois de a veterinária municipal de Beja ter decidido o seu abate. Como está fechado há sete meses numa jaula de três metros quadrados, numa ala especial para cães perigosos, Rita Silva diz que vai ser necessário submetê-lo a tratamento especializado, uma vez que o seu estado se pode ter agravado. “Primeiro vai para um hospital fazer um check-up geral”, descreve.
“Desconfiamos que pode ter problemas de saúde. Depois, não excluímos o recurso a um comportamentalista animal e a uma especialista em recuperação de animais agressores.” Mandela ficará ao cuidado da Animal até ser julgada a acção principal, ainda sem data marcada.