Costa Pina acusa Maria Luís Albuquerque de omitir informação

Ex-secretário de Estado do Tesouro mantém o que disse na comissão de inquérito aos swaps.

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Costa Pina foi secretário de Estado do Tesouro de Teixeira dos Santos Nuno Ferreira Santos

Numa carta enviada pelo próprio à comissão parlamentar que investiga o caso dos swaps contratados pelas empresas públicas, a que a agência Lusa teve acesso, Costa Pina garante que mantém tudo o que disse, depois de a agora ministra das Finanças ter dito na terça-feira, em comissão, que o ex-governante tinha “falhas graves de memória”.

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Numa carta enviada pelo próprio à comissão parlamentar que investiga o caso dos swaps contratados pelas empresas públicas, a que a agência Lusa teve acesso, Costa Pina garante que mantém tudo o que disse, depois de a agora ministra das Finanças ter dito na terça-feira, em comissão, que o ex-governante tinha “falhas graves de memória”.

Em causa está a reunião entre Vítor Gaspar e Teixeira dos Santos, a 18 de Junho de 2011, que contou com a presença dos secretários de Estado de Teixeira dos Santos que ainda estavam em funções.

Carlos Costa Pina disse, aquando da sua audição na comissão parlamentar, a 23 de Julho deste ano, que nessa reunião teve “oportunidade de mencionar ao dr. Vítor Gaspar o tema dos IGRF [instrumentos de gestão de risco financeiro] e, a propósito deste, ouvir ao dr. Vítor Gaspar a referência expressa – também já confirmada pelo próprio – à circunstância de a questão da Metro do Porto merecer uma atenção especial, em virtude de saber que alusões à mesma haviam sido suscitadas com preocupação por parte da dra. Maria Luís Albuquerque”.

A ministra das Finanças contradisse esta afirmação esta semana na segunda audição na comissão parlamentar de inquérito, dizendo que a 18 de Junho nem conhecia Vítor Gaspar, e acusando Carlos Costa Pina de ter “falhas graves de memória”.

“Recordo que o dr. Costa Pina também testemunhou perante esta comissão que o professor Vítor Gaspar teria afirmado estar preocupado com o tema [swaps], por eu própria lhe ter transmitido essa preocupação”, terá dito a ministra, uma frase que Costa Pina contesta por não ter dito que foi a própria a transmitir a preocupação ao ex-ministro das Finanças.

Assim, Costa Pina acusa Maria Luís Albuquerque de ter “imprecisões e insuficiências de informação” nas explicações que deu à comissão de inquérito esta terça-feira e envia esta carta ao presidente da comissão para reafirmar tudo o que disse, apesar da “deturpação” que terá sido feita pela governante.

“Só posso concluir que a omissão, por parte da senhora ministra, do que eu disse na declaração inicial nessa comissão e a sua substituição por uma afirmação diferente constituem uma deturpação que me dispenso de qualificar, reafirmando assim o que disse e ouvi nas reuniões de 18 e 29 de Junho de 2011, bem como o demais transmitido a essa comissão na minha audição”, escreve o antigo governante.

Carlos Costa Pina reafirma, no entanto, apesar da carta enviada, que não se deve pronunciar sobre estas “imprecisões e insuficiências” do discurso de Maria Luís Albuquerque, e que envia esta carta pela necessidade de clarificar que o que disse em comissão será verdade.