Rio ataca Menezes e critica PSD e ministra das Finanças
Autarca do Porto diz que seria “hipócrita”, se apoiasse Menezes como sucessor, e que escolha de Maria Luís Albuquerque foi “um erro”.
O presidente da Câmara do Porto disse que a ministra das Finanças, Maria Luís Albuquerque, “não tinha condições” para substituir Vítor Gaspar e defendeu que a sua nomeação foi “um erro”. Mas as críticas mais fortes do autarca foram para o PSD, por ter escolhido Luís Filipe Menezes como candidato à sua sucessão na autarquia, e ao próprio candidato e líder da Câmara de Gaia, que acusou de ser “um mau” presidente de câmara. Rio disse mesmo que seria “hipócrita”, se apoiasse Menezes.
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O presidente da Câmara do Porto disse que a ministra das Finanças, Maria Luís Albuquerque, “não tinha condições” para substituir Vítor Gaspar e defendeu que a sua nomeação foi “um erro”. Mas as críticas mais fortes do autarca foram para o PSD, por ter escolhido Luís Filipe Menezes como candidato à sua sucessão na autarquia, e ao próprio candidato e líder da Câmara de Gaia, que acusou de ser “um mau” presidente de câmara. Rio disse mesmo que seria “hipócrita”, se apoiasse Menezes.
“Se vivêssemos numa democracia adulta, uma pessoa que chega ao Parlamento e não diz a verdade a toda não tinha condições para desempenhar o cargo [de ministra das Finanças]”, disse Rio sobre Maria Luís Albuquerque, considerando que, hoje, “ela já é um problema” para o Governo de Pedro Passos Coelho.
O autarca, que está à beira de deixar a presidência da Câmara do Porto, depois de três mandatos, disse que a avaliação que faz das capacidades técnicas da ministra “é muito má”, afirmando que ela é “uma pedra no sapato”, “um erro” e o “elo fraco” do Governo. Ainda assim, defendeu que Albuquerque não deve sair agora, uma vez que uma nova demissão provocaria “outra crise” política.
Sobre o Governo Rio acredita que ele está “melhor”, graças à intervenção do Presidente da República. Questionado se a equipa que saiu da remodelação governamental tem condições para cumprir os dois anos de mandato que faltam até ao final da legislatura, o autarca foi conciso: “Vai depender do mérito do Governo. Se emendar os erros e fizer melhor...”.
Mas as palavras mais duras da noite foram mesmo para a candidatura de Luís Filipe Menezes à Câmara do Porto, e para o PSD por a apoiar. “O candidato do meu partido - vamos ver se é candidato - tem-me feito mais oposição nestes 12 anos do que o PS. Desde o fogo-de-artifício de S. João ao Festival das Tripas, tudo serviu para se demarcar do que era a gestão da Câmara do Porto”, afirmou Rio, garantindo que seria “hipócrita”, se apoiasse Menezes, e “oportunista”, se ficasse calado só para não afrontar o PSD.
O autarca acusou Menezes de deixar “uma dívida brutal” em Gaia e avisou que quem ali lhe suceder terá “um problema gigantesco”. “Tenho a obrigação ética de me demarcar muito claramente daquilo que sei que vai destruir tudo o que foi feito [no Porto]. É lamentável que durante 12 anos o PSD tenha dito à população para votar num projecto como o meu e a meio do meu mandato venha dizer: 'Votem no seu contrário.' Isto descredibiliza os partidos”, afirmou.
Rio recusou, ainda assim, dar o seu apoio à candidatura do independente Rui Moreira, apoiado pelo CDS, afirmando que os eleitores poderão “fazer as contas de cabeça” sobre qual a candidatura que se aproxima mais do seu projecto político. A de Menezes, sublinhou, é “diametralmente oposta”, pelo que a escolha pelo PSD deste candidato para o Porto “não é sequer politicamente honesta”.
Quanto ao seu próprio futuro, Rio disse que está à procura de um emprego “fora da política” e em que possa “ganhar um pouco mais”. Mas não pôs de parte novos combates políticos, se “acontecer qualquer coisa completamente transcendente e de grande interesse para o país”.