Nova espécie de lémure em Madagáscar está em risco extremo de extinção

O lémure-anão-lavasoa vive no Sudeste de Madagáscar e só deverá haver 50 animais deste primata.

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A espécie está em risco de extinção Andreas Hapke

Madagáscar terá recebido há cerca de 60 milhões de anos a espécie de lémure antepassada das que hoje lá habitam. Não se sabe exactamente como é que lá chegou, mas teve oportunidade de prosperar e de se diversificar nas florestas distribuídas pela ilha – que tem 6,3 vezes o tamanho de Portugal – sem a competição de outros primatas que, entretanto, levaram à extinção as antigas espécies de lémures que viviam no continente africano. Hoje, conhecem-se cerca de 100 espécies de lémures. Todas vivem em Madagáscar, à excepção de duas que habitam as ilhas Comores, mas que foram provavelmente introduzidas lá por pessoas.

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Madagáscar terá recebido há cerca de 60 milhões de anos a espécie de lémure antepassada das que hoje lá habitam. Não se sabe exactamente como é que lá chegou, mas teve oportunidade de prosperar e de se diversificar nas florestas distribuídas pela ilha – que tem 6,3 vezes o tamanho de Portugal – sem a competição de outros primatas que, entretanto, levaram à extinção as antigas espécies de lémures que viviam no continente africano. Hoje, conhecem-se cerca de 100 espécies de lémures. Todas vivem em Madagáscar, à excepção de duas que habitam as ilhas Comores, mas que foram provavelmente introduzidas lá por pessoas.

A nova espécie Cheirogaleus lavasoensis é um lémure-anão que se pensava pertencer à espécie Cheirogaleus crossleyi. Mas investigadores do Instituto de Antropologia da Universidade de Johannes Gutenberg, em Mainz, na Alemanha, capturaram 51 lémures-anões em nove locais diferentes para lhes retirarem amostras de tecidos. Os animais foram devolvidos à natureza. Com as amostras, os cientistas fizeram análises moleculares e genéticas, para compreender melhor a diversidade genética entre diferentes géneros de lémures.

“Fizemos uma análise exaustiva para examinar a diversidade genética de dois géneros de lémures que têm um parentesco próximo, o género Cheirogaleus (lémure-anão) e o Microcebus. A comparação revelou que a diversidade de lémures-anões era maior do que o que se pensava anteriormente”, explica em comunicado Dana Thiele, uma das autoras do artigo.

Dessa forma, a equipa identificou o Cheirogaleus lavasoensis. A espécie vive apenas em três pequenos fragmentos de floresta, isolados uns dos outros, que ficam inundados na altura das chuvas quando este animal se torna activo. Uma estimativa preliminar da população aponta para a existência de apenas 50 indivíduos, o que coloca a espécie num risco extremo de extinção. A perda de habitat e a caça são duas ameças que fazem com que muitas espécies de lémures estejam à beira da extinção.