Jane Austen vai figurar nas notas inglesas de dez libras

A autora de Orgulho e Preconceito deverá substituir o naturalista Charles Darwin a partir de 2017

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REUTERS/Chris Ratcliffe/Pool

A notícia foi anunciada pelo governador do Banco de Inglaterra, Mark Carney, para quem “Jane Austen merece certamente ter lugar no grupo restrito de figuras históricas” evocadas nas notas de banco do Reino Unido. Acrescentando que os seus romances continuam a seduzir leitores em todo o mundo e que Austen é “reconhecida como uma das maiores escritoras da literatura inglesa”, Carney adiantou que o Banco de Inglaterra pretende rever os seus critérios de selecção das personalidades a representar nas notas, para assegurar que estas abarquem um conjunto diversificado de figuras.

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A notícia foi anunciada pelo governador do Banco de Inglaterra, Mark Carney, para quem “Jane Austen merece certamente ter lugar no grupo restrito de figuras históricas” evocadas nas notas de banco do Reino Unido. Acrescentando que os seus romances continuam a seduzir leitores em todo o mundo e que Austen é “reconhecida como uma das maiores escritoras da literatura inglesa”, Carney adiantou que o Banco de Inglaterra pretende rever os seus critérios de selecção das personalidades a representar nas notas, para assegurar que estas abarquem um conjunto diversificado de figuras.

“Acreditamos que as nossas notas devem celebrar as grandes figuras históricas britânicas em toda a sua diversidade, bem como as respectivas contribuições nos mais variados domínios”, disse ainda o governador, citado pelo diário inglês The Guardian.

Grande dia para as mulhers

A entrada de Austen neste panteão de papel-moeda veio dar razão aos que vêm criticando a escassa presença de mulheres nas notas inglesas. O antecessor de Carney, Mervyn King, provocara uma onda de protestos ao anunciar que a única mulher, além da rainha, que ainda figurava nas notas, Elizabeth Fry (uma filantropa e activista social da primeira metade do século XIX, celebrizada pela sua influência na reforma do sistema prisional), iria ser substituída por Winston Churchill a partir de 2016. Descontando a rainha, e desde que o Reino Unido começou a homenagear figuras históricas nas notas, em 1970, só Elizabeth Fry e a fundadora da enfermagem moderna, Florence Nightingale, atenuaram o monopólio masculino.

Os protestos que se seguiram ao anúncio de que Churchill renderia Fry incluíram uma petição assinada por 35 mil pessoas e a ameaça de que o Banco de Inglaterra seria levado a responder em tribunal por alegada discriminação. Uma das responsáveis da campanha, Caroline Criado-Perez, co-fundadora do blogue feminista Women’s Room, já elogiou a decisão de retratar Jane Austen nas notas dez libras, e sobretudo a anunciada intenção do Banco de Inglaterra de rever os critérios de selecção. “É um grande dia para as mulheres”, afirmou a activista.

O cavalheiro que cederá o lugar a Austen, e que vinha decorando as notas de dez libras desde o ano 2000, é o naturalista Charles Darwin, autor de A Origem das Espécies.  

Além do retrato da escritora, as futuras notas incluirão uma imagem da secretária e das penas que Jane Austen usava para escrever em Chawton Cottage, a casa onde viveu na região do Hampshire. Godmersham Park, residência do seu irmão Edward, que terá inspirado alguns dos romances da autora, também figurará nas notas, que reproduzirão ainda uma citação de Orgulho e Preconceito: “I declare after all there is no enjoyment like reading!”, traduzível por: “Afirmo que, no fim de contas, não há nenhum prazer que se compare ao da leitura”.