Portuguesa desenvolve sensor para detectar certos cancros
A cientista Goreti Sales vai desenvolver dispositivo portátil que permite detectar — de forma precoce, “barata, indolor e rápida” — o cancro no útero, cólon e rectal
Uma investigadora portuguesa, Goreti Sales, apresenta esta quarta-feira o laboratório e a equipa que vai “tornar real” o 3P’s, um bio-sensor portátil que permite detetar certos tipos de cancro de forma “barata, indolor e rápida”, poupando custos sociais e económicos.
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Uma investigadora portuguesa, Goreti Sales, apresenta esta quarta-feira o laboratório e a equipa que vai “tornar real” o 3P’s, um bio-sensor portátil que permite detetar certos tipos de cancro de forma “barata, indolor e rápida”, poupando custos sociais e económicos.
Em declarações à agência Lusa, Goreti Sales explicou que o “aparelho” a desenvolver representa um “novo conceito de diagnóstico” que irá permitir a detecção “bastante precoce” do cancro no útero, cólon e rectal, numa fase inicial.
Este projecto, da unidade de investigação BioMark — Sensor Research do Instituto Superior de Engenharia do Porto (ISEP) recebeu, em 2012, um milhão de euros do European Research Council o que permitiu “montar” uma estrutura física e captar os recursos humanos necessários para o desenvolvimento do bio-sensor.
Análise rápida, indolor e barata
“O 3’Ps representa um novo conceito de diagnóstico que vai permitir a um médico, em qualquer consultório, fazer uma análise rápida, indolor e baratinha de forma a detectar os marcadores de certos tipos de cancros”, resumiu Goreti Sales.
O equipamento “será uma espécie de caixinha em plástico ou vidro, relativamente pequena, e que custará entre seis e 10 euros”, adiantou, realçando que não são as “razões económicas ou comerciais” que motivaram a investigação e motivam agora a concretização do 3’Ps.
“Tem que ser um dispositivo barato para poder ser utilizado em grande escala e não apenas em hospitais ou laboratórios de análises específicos. Esperamos que alguém se venha a interessar pela produção do 3P’s mas com esse objetivo”, realçou.
A equipa que vai trabalhar com Goreti Sales, duas alunas de pós-doutoramento vindas da Índia, também foram apresentadas esta quarta-feira. “Não foi um caminho fácil. Em Portugal estamos condicionados a muita burocracia. Mas agora estamos no caminho certo e estou convencida que vai daqui a quatro anos e meio vamos ter o 3P’s pronto a funcionar”, referiu.