Dívida pública portuguesa sobe para 127,2% do PIB até Março
Passos Coelho diz que o aumento da dívida não implica que o Estado tenha aumentado a despesa.
Em reacção a estes números, o primeiro-ministro Pedro Passos Coelho disse que a dívida pública tem crescido por não se ter controlado o défice, pelo fraco crescimento registado pela economia nacional e po causa dos juros dos empréstimos, refutando eventuais críticas sobre a ausência de redução de despesa no Estado.
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Em reacção a estes números, o primeiro-ministro Pedro Passos Coelho disse que a dívida pública tem crescido por não se ter controlado o défice, pelo fraco crescimento registado pela economia nacional e po causa dos juros dos empréstimos, refutando eventuais críticas sobre a ausência de redução de despesa no Estado.
"A dívida pública portuguesa tem crescido em razão de três factores", adiantou Passos Coelho. "Em primeiro lugar, por não termos conseguido fixar a meta do défice no valor que estava incialmente previsto. Conseguimos reduzir o défice mas, como sabem, conseguimos uma flexibilidade para o objectivo do défice que tem repercussão na dívida", começou por explicar.
"Em segundo lugar, o rácio da dívida aumenta porque o PIB nominal, ou seja, o valor da riqueza produzida diminui com a recessão", prosseguiu. Por fim, "tem aumentado por causa dos juros dos empréstimos que o país contraiu", concluiu.
Uma coisa o primeiro-ministro insistiu em sublinhar: A dívida "não aumentou porque o Estado não tenha tido mão nas suas despesas", disse. "Não tivemos um défice tão baixo como desejaríamos, não porque o Estado não tivesse reduzido as suas despesas - reduziu até mais do que estava previsto -, mas porque a despesa fiscal não acompanhou a previsão que estava inicialmente realizada", acrescentou.
De acordo com os dados trimestrais da dívida pública do gabinete oficial de estatísticas da União Europeia (UE), só a Grécia (160,5%) e a Itália (130,3%) registaram, entre Janeiro e Março deste ano, rácios de dívida pública em percentagem do Produto Interno Bruto (PIB) superiores ao de Portugal (127,2%), enquanto os mais baixos pertenceram à Estónia (10%), à Bulgária (18%) e ao Luxemburgo (22,4%).
Portugal registou a sexta maior subida da UE relativamente ao quarto trimestre de 2012 (3,4 pontos percentuais), numa tabela liderada pela Irlanda, seguida pela Bélgica e pela Espanha, e o quarto maior aumento na comparação com os primeiros três meses do ano passado (14,9 pontos percentuais), depois da Grécia (24,1 pontos percentuais), da Irlanda (18,3 pontos percentuais) e de Espanha (15,2 pontos percentuais).
Na zona euro, o rácio de dívida pública em percentagem do PIB aumentou de 90,6% no quarto trimestre de 2012 para 92,2% nos primeiros três meses deste ano, enquanto na UE foi registada uma subida de 85,2% para 85,9%.
Na comparação com o primeiro trimestre de 2012, a dívida pública subiu de 88,2% para 92,2% no conjunto dos 17 países que partilham a moeda única e aumentou de 83,3% para 85,9% na UE.