Passos garante que indigitará Portas como vice-primeiro-ministro após negociações com PS

Primeiro-ministro desafia líder do PS a superar "hesitações" e avança com a remodelação já proposta quando Cavaco Silva considerar que os partidos chegaram a uma solução.

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Passos Coelho afasta a questão constitucional Francisco Leong/AFP

 “É o momento de o PS mostrar que sabe assumir a responsabilidade de contribuir activamente para a resolução dos problemas nacionais e de ultrapassar as suas hesitações”, lançou Pedro Passos Coelho, na intervenção inicial do debate da moção de censura apresentada pelo Partido Ecologista Os Verdes (PEV). Foi aplaudido de pé pelas bancadas da maioria.

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 “É o momento de o PS mostrar que sabe assumir a responsabilidade de contribuir activamente para a resolução dos problemas nacionais e de ultrapassar as suas hesitações”, lançou Pedro Passos Coelho, na intervenção inicial do debate da moção de censura apresentada pelo Partido Ecologista Os Verdes (PEV). Foi aplaudido de pé pelas bancadas da maioria.

Dirigindo-se à bancada socialista, Passos Coelho lembrou que, se o PS não reconhecer a “importância histórica” do actual momento, irá  "desiludir o legado do PS como partido de integração de Portugal na Europa” e como fundador da democracia portuguesa.

“O país precisa de um PS que, como partido que aspira a governar, não acalente a fantasia de uma súbita e perpétua vontade de o Norte da Europa passar a pagar as nossas dívidas provavelmente para sempre”, afirmou.

E referindo-se mais directamente às negociações com o PSD-CDS Passos desafiou: “O país precisa de um PS que aceite o convite do senhor Presidente da República para lançarmos as bases concretas e realistas do nosso futuro.”

Passos Coelho enunciou algumas poupanças conseguidas pelo actual Governo, designadamente poupanças de 5200 milhões de euros nas parcerias público-privadas.

O primeiro-ministro enumerou ainda vários dados que considerou positivos para a economia para concluir que “ficam ultrapassados os receios de uma espiral recessiva”.

Mas avisou que os riscos só diminuem, se se mantiver o rumo da consolidação orçamental, da conclusão do programa de ajustamento, das reformas estruturais, do equilíbrio das contas externas e do crescimento sustentado.

Mais tarde, em resposta ao deputado comunista João Oliveira, que criticou o facto de o primeiro-ministro ter anunciado há semana e meia uma nova composição do executivo que ainda não se efectivou, o primeiro-ministro garantiu que o Governo está "na plenitude dos seus poderes" e que "não há ninguém no Governo que não esteja em plenitude de funções".

Passos explicou que aquilo que fez foi "um reforço da coligação", chamando para o lugar de vice-primeiro-ministro o presidente do segundo partido da coligação. "E é isso que concretizarei [a remodelação que apresentou] assim que o Presidente da República entender que o esforço que convidou os três partidos a fazer para realizarem um compromisso de futuro possa ter encontrado uma solução positiva", garantiu Pedro Passos Coelho.