Jardim acompanha Cavaco na visita às ilhas Selvagens
O presidente do governo regional já tinha acompanhado Jorge Sampaio às Selvagens em 2003.
Em 1991, na primeira visita de um Chefe de Estado em missão de reafirmação de soberania nacional a este sub-arquipélago que confere a Portugal a maior Zona Económica Exclusiva (ZEE) da União Europeia, com 1,6 milhões de quilómetros quadrados, Jardim não acompanhou Mário Soares, por considerar "indesejada" a sua presença de naquelas pequenas ilhas aonde só se deslocou, pela primeira vez, dois anos depois e já no seu quarto mandato. O governo regional fez-se representar pelo secretário do Turismo, João Carlos Abreu, e pelo então director do Parque Natural da Madeira, Henrique Costa Neves.
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Em 1991, na primeira visita de um Chefe de Estado em missão de reafirmação de soberania nacional a este sub-arquipélago que confere a Portugal a maior Zona Económica Exclusiva (ZEE) da União Europeia, com 1,6 milhões de quilómetros quadrados, Jardim não acompanhou Mário Soares, por considerar "indesejada" a sua presença de naquelas pequenas ilhas aonde só se deslocou, pela primeira vez, dois anos depois e já no seu quarto mandato. O governo regional fez-se representar pelo secretário do Turismo, João Carlos Abreu, e pelo então director do Parque Natural da Madeira, Henrique Costa Neves.
Passados quase dez anos, em 2003 Jardim viajou com Jorge Sampaio, a bordo da fragata “Vasco da Gama”, até à mais meridional parcela do território português. Fê-lo não só por considerar "oportuna" a deslocação quando estava em apreciação da candidatura destas ilhas, de peculiar biodiversidade biológica, a Património Mundial Natural da UNESCO, posteriormente retirada por estar insuficientemente documentada, mas também devido às "tentativas de equívocos por parte de Madrid e até de Bruxelas", relativamente à administração daquela reserva natural situada a 165 a norte das ilhas Canárias (Espanha) e a 250 a sul do Funchal.
Cavaco Silva desloca-se na quinta e sexta-feira às Selvagens, quando decorrem a votação da moção de censura ao Governo apresentada por "Os Verdes" na Assembleia da República e os contactos entre partidos com vista a um acordo para o "compromisso de salvação nacional". O objectivo da viagem é assinalar a "importância científica, ambiental e estratégica" do sub-arquipélago e o 50º aniversário da primeira expedição científica àquelas ilhas. A visita, frisa fonte de Belém, não será uma "réplica" das anteriores missões presidenciais de reafirmação da soberania nacional, estando focada na valorização da investigação científica, da importância do mar e do património natural.
O embarque do Presidente na fragata “Vasco da Gama”, que estará ancorada no porto do Funchal, está previsto para esta quarta-feira à noite e a chegada à Selvagem Pequena deverá ocorrer na madrugada de quinta. Após uma breve visita à ilha, acompanhada pelo director do Parque Natural da Madeira, Cavaco Silva embarcará no navio oceanográfico “Gago Coutinho”, que levará a comitiva para a Selvagem Grande. A bordo, assistirá à descida do "ROV Luso" no mar, um veículo de operação remota com capacidade de mergulhar a seis mil metros de profundidade, e a um briefing sobre a extensão da Plataforma Continental e a Estratégia Nacional para o Mar.
A meio da tarde, a comitiva desembarcará na Selvagem Grande, onde responsáveis do Parque Natural farão uma apresentação das actividades desenvolvidas nesta reserva. Depois, o Presidente da República assistirá ao carimbo de postais comemorativos dos 50 anos da primeira expedição científica a estas ilhas e que levou à sua identificação, em 1971, da mais antiga reserva natural do País.
O Chefe de Estado visitará de seguida a única casa particular existente nas ilhas, propriedade de Francis Zino, do filho de um dos participantes nessa expedição. Cavaco Silva dormirá na casa dos vigilantes da natureza, fazendo assim questão de ser o primeiro presidente a pernoitar nas Selvagens. A visita terminará na sexta-feira, ao final da manhã, depois de uma caminhada até ao planalto da Selvagem Grande, de onde o PR partirá de helicóptero para o Funchal, embarcando de imediato no avião em que regressará a Lisboa.