Tribunal quer esclarecer conversa sobre arquivamento de processo fiscal no Face Oculta
Na sessão que decorreu hoje, a última antes das férias judiciais de verão, o tribunal decidiu convocar Zálio Couceiro para "esclarecer o teor de uma conversa telefónica onde o seu nome é referido".
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Na sessão que decorreu hoje, a última antes das férias judiciais de verão, o tribunal decidiu convocar Zálio Couceiro para "esclarecer o teor de uma conversa telefónica onde o seu nome é referido".
Em causa está uma conversa que ocorreu em Fevereiro de 2009, entre Manuel Godinho e Mário Pinho, o ex-chefe de
Finanças de S. João da Madeira, que está acusado de um crime de associação criminosa e outro de corrupção.
Nesta conversa, segundo a acusação, Mário Pinho terá aludido à sua actuação, alegadamente determinante para o arquivamento de um processo fiscal movido contra a "SCI".
Zálio Couceiro, que já havia prestado depoimento em Abril passado, enquanto testemunha arrolada pelo Ministério Público, deverá voltar a ser inquirido na próxima sessão do julgamento, que terá lugar a 7 de Agosto.
O colectivo de juízes decidiu ainda marcar a primeira sessão após as férias judiciais para o dia 4 de Setembro.
Na sessão de hoje, a 149.ª, o tribunal voltou a inquirir o chefe de secção de manutenção, planeamento e controlo na EDP Porto, José Serrão.
A testemunha esteve a esclarecer algumas divergências entre guias e talões de pesagem que apresentavam valores diferentes.
Na sequência do seu depoimento, o Tribunal notificou a EDP Valor para, no prazo de dez dias, informar quais os pesos que foram tidos em conta para a facturação dos transformadores que foram levantados pela O2, de Manuel Godinho, nas instalações daquela empresa em Mogofores, Anadia, e Atouguia da Baleia, Peniche.
O processo "Face Oculta" está relacionado com uma alegada rede de corrupção, que teria como objectivo o favorecimento do grupo empresarial do sucateiro Manuel Godinho, nos negócios com empresas do sector empresarial do Estado e privadas.
Entre os arguidos estão personalidades como Armando Vara, antigo ministro e ex-administrador do BCP, José Penedos, ex-presidente da REN, e o seu filho Paulo Penedos.