Passos: "Há muito que defendo um compromisso mais amplo que vá além da legislatura"

Na primeira intervenção depois do apelo de Cavaco para um acordo a três, Passos sublinha que "o governo goza de ampla maioria parlamentar".

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Miguel Manso

"A coligação que suporta o Governo goza de ampla maioria parlamentar. Suporta um Governo democraticamente eleito e que está em plenitude de funções", afirmou na intervenção inicial no debate que contou com a presença em peso do Governo no Parlamento.  

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"A coligação que suporta o Governo goza de ampla maioria parlamentar. Suporta um Governo democraticamente eleito e que está em plenitude de funções", afirmou na intervenção inicial no debate que contou com a presença em peso do Governo no Parlamento.  

Estas palavras foram recebidas com palmas das bancadas da maioria. "Um Governo que no essencial dos seus objectivos internos e externos tem cumprido, que responde perante o Parlamento e presta conta aos portugueses. Esse é o ponto de partida no nosso sistema democrático constitucional", prosseguiu o primeiro-ministro .

Passos Coelho diz já tem tentado responder aos desafios do Presidente ao ter convidado os partidos políticos para conversar sobre o fomento industrial. "Não é preciso anular as divergências políticas entre a coligação que suporta o Governo e o PS, elas persistem e em democracia é natural e saudável que assim seja", afirmou.

Assumindo que "não é fácil" que esse entendimento sobre o programa de ajustamento e o pós-troika seja "credível e duradouro", Passos Coelho admitiu que a concertação de políticas na coligação  também "não é fácil". Mas, em jeito de balanço, os últimos dois anos "demonstram que podemos fazer muito" no "espírito de compromisso permanente".

Mais tarde, já na resposta ao líder parlamentar do PSD, Passos Coelho justificou a necessidade desse acordo: "Não é o Presidente da República que o exige, é o país que o determina".

E, assumindo a liderança do processo, afirmou: "Como primeiro-ministro farei tudo o que está ao meu alcance para não deixar apodrecer a situação política em Portugal e nessa medida serei muito rápido a disponibilizar os termos de referência do que pode ser um entendimento alargado".

Reconhecendo que "esse compromisso é mais urgente do que nunca", Passos Coelho mostrou optimismo para o segundo ciclo de governação, tendo em conta os sinais positivos que a economia está a dar. "Estes sinais devem ser lidos com prudência, mas não deixam de inspirar confiança de que o ajustamento está a prosseguir eficazmente e que a sua fase mais dura pode já ter ficado para trás", declarou. 

Na conclusão do seu discurso inicial, o primeiro-ministro reforçou a ideia de esperança: "Temos de investir nos sinais de viragem e não renunciar a eles".