IVVVO: electrónica sombria no Optimus Alive
Produtor está a 12 de Julho, no Coreto. A partir de Londres, entre sets e novos trabalhos, respondeu-nos a algumas perguntas
Não é rapaz de muitas palavras — nem tem de ser. IVVVO é Ivo Pacheco, mas também é UUUU, uma das metades de Baliac, entre outros. Natural do Porto, onde fundou a Terrain Ahead, não tem parado: em poucos anos, já editou pela Mount10 ("Occult" de 2012") e pela Opal Tapes ("All Shades of White" também de 2012) e lançou múltiplos singles e EPs — o último, "Future", saiu há poucas semanas. Apresenta-nos um universo electrónico, por vezes expansivo e pronto para as pistas de dança, quase sempre melancólico e sombrio. Prometem-se mais lançamentos este ano. Para ver no Optimus Alive, a 12 de Julho, às 1h15, no Coreto do Ginga Beat da Red Bull Music Academy Radio.
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Não é rapaz de muitas palavras — nem tem de ser. IVVVO é Ivo Pacheco, mas também é UUUU, uma das metades de Baliac, entre outros. Natural do Porto, onde fundou a Terrain Ahead, não tem parado: em poucos anos, já editou pela Mount10 ("Occult" de 2012") e pela Opal Tapes ("All Shades of White" também de 2012) e lançou múltiplos singles e EPs — o último, "Future", saiu há poucas semanas. Apresenta-nos um universo electrónico, por vezes expansivo e pronto para as pistas de dança, quase sempre melancólico e sombrio. Prometem-se mais lançamentos este ano. Para ver no Optimus Alive, a 12 de Julho, às 1h15, no Coreto do Ginga Beat da Red Bull Music Academy Radio.
O teu trabalho tem sido altamente reconhecido no circuito internacional. Sentes diferenças entre tocar lá fora ou em Portugal?
Sempre que toco em Portugal sinto que tenho de me adaptar, quando não o faço as coisas correm mal, é triste. Acho que as pessoas de uma maneira geral não estão preparadas intelectualmente para certas e determinadas coisas, criando assim estereótipos mesquinhos.
Li algumas entrevistas tuas em que criticas o Porto e Portugal. Porquê? Não seria a cidade/o país que escolherias?
Acho que é evidente.
Fala-me um pouco da tua relação com a música. Como começaste a produzir?
Sempre soube que era isto que eu iria fazer. Foi a ordem natural das coisas.
Em todas as tuas identidades, musical e visualmente, parece haver uma linha sombria e misteriosa. É uma procura?
Não penso muito nisso, sou assim, podia acordar amanhã, escrever temas pop e estar a tocar em todos os clubes do mundo, mas é preciso questionar-me pela motivação por detrás disso.
Tens sido muito prolífico: vários EP's, colaborações, remixes. Não descansas?
Escrever música é uma coisa natural em mim, posso fazê-lo durante horas na minha cabeça.
E a essa produção ainda se soma a Terrain Ahead. Que actividades têm em agenda?
Estamos a agendar "releases" físicos para o próximo ano — é impossível focarmo-nos em duas coisas ao mesmo tempo e que ambas sejam perfeitas. A ideia é levar a TA ao nível seguinte, seja ele qual for.
O que é que esperas da actuação no Optimus Alive? Que lugar é que a tua música pode ocupar num festival de Verão?
Assusta-me tocar para muita gente, não porque isso me intimide, mas porque possa não existir alma, e essa é a única coisa que me motiva para tocar ao vivo.