Matemática com pior resultado dos últimos sete anos
Média do exame nacional caiu para 8,2 numa escala de 0 a 20. A Física e Biologia, os resultados também são negativos.
As notas dos exames nacionais do ensino secundário divulgadas nesta quarta-feira pelo Ministério da Educação e Ciência (MEC) não trazem surpresas, mas faltam ainda conhecer as médias de Português, que só serão divulgadas amanhã.
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As notas dos exames nacionais do ensino secundário divulgadas nesta quarta-feira pelo Ministério da Educação e Ciência (MEC) não trazem surpresas, mas faltam ainda conhecer as médias de Português, que só serão divulgadas amanhã.
A disciplina com pior média volta a ser Física e Química A com 7,8 (o ano passado foi 7,5). Segue-se Biologia e Geologia, com 8,1, o que representa uma quebra significativa por comparação ao ano passado, em que a média foi de 9,3.
Estas médias têm em conta os resultados dos alunos internos — aqueles que frequentam as aulas até ao final do ano lectivo e vão a exame com uma classificação interna igual ou superior a dez — e as dos externos, que anularam a matrícula e se autopropuseram a exame.
No comunicado que acompanha os resultados dos exames, o MEC apenas tem em conta, como habitualmente, as médias dos alunos internos, que geralmente são mais altas do que as dos externos.
Mesmo assim, nas três provas mais concorridas do secundário, para além da de Português, os resultados dos alunos internos também se ficaram pela negativa: 8,4 a Biologia e Geologia; 8,1 a Física e Química A; e 9,7 a Matemática A.
No seu parecer a esta última prova, divulgado no dia do exame, a Associação de Professores de Matemática (APM) tinha considerado que o enunciado foi “bem mais difícil e extenso do que no ano passado”. “Não nos parece que esta prova seja uma boa aferição do desempenho dos alunos ao longo do 12.º ano. Um aluno médio terá certamente muitas dificuldades na resolução desta prova”, acrescentou a APM.
Também a Sociedade Portuguesa de Matemática (SPM) considerou que, para um aluno médio, “a extensão da prova poderá ser um pouco maior do que o que seria recomendável”. Quanto ao nível de exigência, considerou-o semelhante ao do exame de 2012.
As taxas de reprovação também subiram a Biologia e Geologia de 10% para 16%. A Física e Química A, mantiveram-se nos 24%, a percentagem mais alta das 18 provas com resultados divulgados.
Estes dois exames funcionam como prova de ingresso aos cursos mais disputados na área da Saúde. Em 16 anos de exames nacionais, o mais perto que Física e Química A se aproximou da positiva foi em 2011, com uma média de 9,9. Já Biologia e Geologia conseguiu por duas vezes médias positivas: em 2008, com 10,5, e em 2011, com 10,7.
Por comparação ao ano passado, registou-se uma quebra nas médias totais obtidas em 11 das 18 provas com resultados divulgados. Para além de Biologia e Geologia, as descidas mais acentuadas registaram-se a Espanhol (de 12,7 para 9,5), a História A (de 11,0 para 9,9) e a Geografia A (de 10,3 para 9,4). Quanto às maiores subidas destacam-se as registadas em Filosofia (de 7,8 para 9,1) e Geometria Descritiva A (de 9,0 para 10,2).
Desenho A é a disciplina com menor taxa de reprovações (1%), logo seguida de Espanhol (2%). Os alunos internos tiveram piores médias do que os externos nas disciplinas de Alemão e Inglês. Em todas as disciplinas, as médias internas foram superiores às obtidas pelos alunos nos exames. Por exemplo, a classificação interna final a Biologia e Geologia no 11.º ano foi de 14, quando a média dos alunos internos no exame se ficou pelos 8,4. A Matemática A e a Física e Química A, as médias internas foram de 13.
A 1.ª fase dos exames nacionais passou a ser obrigatória desde o ano passado. Os alunos que chumbaram nestas provas ou que pretendem melhorar as notas obtidas podem inscrever-se agora para a 2.ª fase, que se realiza entre 16 e 18 deste mês.
As notas do exame de Português, realizado em duas vagas devido à greve dos professores, serão conhecidas amanhã. As do ensino básico têm data anunciada para 15.