Pedro Viegas: o jovem que gere os bastidores do Optimus Alive
Tem 28 anos e é o director de produção do Alive. Por proximidade familiar, entrou no sector do entretenimento muito cedo. Número de concertos a que assistiu em sete anos de festival: zero
Começou por vender cerveja nos festivais. Era um miúdo. Daí passou para as bilheteiras, depois para os serviços do “welcome desk”, até aos camarins. Ainda foi assistente de produção, antes de se tornar director. No Optimus Alive, em particular, e na Everything Is New, em geral, Pedro Viegas é o jovem que coordena os bastidores — e garante que tudo funciona.
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Começou por vender cerveja nos festivais. Era um miúdo. Daí passou para as bilheteiras, depois para os serviços do “welcome desk”, até aos camarins. Ainda foi assistente de produção, antes de se tornar director. No Optimus Alive, em particular, e na Everything Is New, em geral, Pedro Viegas é o jovem que coordena os bastidores — e garante que tudo funciona.
Licenciou-se em Marketing, mas acabou por nunca exercer, pelo menos directamente. Tem apenas 28 anos, mas por proximidade familiar começou muito cedo nisto dos festivais. Já lá vão mais de dez anos. Numa visita por estes dias ao recinto do Alive, é fácil identificá-lo: é aquele que corre por todo o lado, de rosto bem bronzeado, e que quando retira os óculos de sol surpreende tudo e todos com o anterior tom de pele apenas nessa zona. “Parece que vim da neve”, troça, em entrevista ao P3.
Pedro Viegas é, desde a primeira edição, o responsável pelos orçamentos, pela contratação de equipas para a montagem de palcos e instalações dos patrocínios, pela relação com os fornecedores. Às 8h00 já está no recinto, às 2h00 ainda está, muitas vezes, à frente do computador a responder “aos 500 e-mails” do dia. Balanço de horas dormidas durante estes dias: 4 a 5 por noite. Número de concertos a que assistiu em sete anos de festival: zero. “Nunca os vejo. Não consigo estar parado muito tempo.” Assistir a concertos só na “concorrência”.
Fugir de concertos para descontrair
Em sete anos, muita coisa mudou. O primeiro foi o mais complicado: “Não conhecíamos o recinto.” Com o tempo, o espaço aumentou e no ano passado estreou-se uma nova zona de alimentação. Este ano, as diferenças vão ser “pontuais”. Pedro acompanha tudo, mas nunca está “sozinho”. A “responsabilidade grande” é partilhada com uma equipa alargada e “experiente”.
“Ao contrário do que as pessoas pensam”, diz, trabalhar na indústria de entretenimento não é sinónimo de “divertimento”. É, aliás, o antónimo. “Não há muitos fins-de-semana, nem muitas folgas, não há horários, nem tempo livre.” A chave é “gostar do que se faz”. “Ver os outros divertirem-se” é a grande motivação. Tal como um realizador, que não consegue simplesmente ver um filme, também Pedro não consegue simplesmente assistir a um espectáculo. Trabalhar na área acabou, um pouco, por lhe “estragar o entretenimento” — não consegue, por exemplo, assistir a grandes eventos sem procurar defeitos. “Por exemplo, no final da Liga Europa, quando o Benfica jogou contra o Chelsea, achei que os dispositivos de entrada estavam mal feitos para aquela grande multidão. Eu faria de outra maneira.” Por isso, quando quer descontrair, foge dos concertos. Prefere, lá está, o desporto, como o futebol.
Para além do Optimus Alive, o evento que mais prazer lhe deu produzir foi o concerto de Madonna no Parque da Bela Vista em 2008. Por ter sido uma “estrutura muito grande” com uma audiência de “75 mil espectadores” numa única noite. Já conviveu, claro, com vários artistas, como a própria cantora norte-americana ou o vocalista dos Coldplay, Chris Martin. Prefere, todavia, não os “incomodar”. Encara-os como pessoas “triviais”, como “outras quaisquer”. Pode parecer, mas não é um contra-senso: “Eu aprendi e sempre transmiti que os artistas são sagrados.”