Rajoy volta a ser envolvido em esquema de pagamentos ilegais por documentos do El Mundo
O dinheiro chegaria ao actual chefe do Governo espanhol dentro de uma caixa de charutos, segundo o diário. PP reafirma desmentido de pagamentos ilegais aos seus dirigentes.
Os “papéis originais de Bárcenas”, documentos contabilísticos apresentados como originais, referem o pagamento de complementos salariais a Rajoy em 1997, 1998 e 1999, quando era ministro do Governo chefiado por José Maria Aznar, o que violaria a Lei das Incompatibilidades de 1995, que proibia qualquer pagamento extra, público ou privado, a membro do executivo.
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Os “papéis originais de Bárcenas”, documentos contabilísticos apresentados como originais, referem o pagamento de complementos salariais a Rajoy em 1997, 1998 e 1999, quando era ministro do Governo chefiado por José Maria Aznar, o que violaria a Lei das Incompatibilidades de 1995, que proibia qualquer pagamento extra, público ou privado, a membro do executivo.
A documentação, que refere nomes de outros dirigentes de então do PP e governantes, caso do secretário-geral Francisco Álvarez-Cascos, de Rodrigo Rato, Jaime Mayor Orega e Javier Arenas, foram colocados à disposição da Audiência Nacional pelo director do El Mundo, Pedro J. Ramirez.
O diário escreve que os pagamentos feitos a Rajoy foram de 7.000.000 de pesetas em 1997, 4.200.000 de pesetas em 1998. Em 1999 teria recebido entregas duas entregas e 2.100.000 pesetas cada. O dinheiro que o jornal noticia ter sido ilegalmente recebido por Rajoy ter-lhe-ia chegado dentro de uma caixa de charutos entregue no ministério.
Segundo o diário El País, a documentação agora publicada pelo El Mundo é o original de uma cópia já publicada por si em Janeiro. O que só agravará a situação para Rajoy. A eventual existência de uma contabilidade oculta no PP está a ser investigada desde o início do ano. A polícia já confirmou financiamentos ilegais e a existência de uma contabilidade paralela no partido. Rajoy negou em Fevereiro ter recebido dinheiro ilegalmente.
Na sua reacção às informação agora publicadas, o PP divulgou uma nota de imprensa em que diz não reconhecer como contabilidade sua “apontamentos manuscritos supostamente relacionados com a contabilidade desta formação política”.
“A contabilidade o Partido Popular […] é única, feita nos termos previstos pela legislação dos partidos e submetida à fiscalização do Tribunal de Contas”, diz. “Todas as retribuições aos dirigentes e pessoal do partido se realizou sempre de acordo com a legalidade e cumprindo as obrigações tributárias correspondentes."
Luis Barcenas é suspeito de administrar donativos ilegais ao partido, usados para pagar complementos à cúpula dirigente, campanhas eleitorais e outras acções. Está detido desde 27 de Junho, no âmbito do caso de corrupção Gurtel, que também afecta a direita espanhola e está também a ser, em paralelo, investigado pela Justiça espanha. Numa declaração posterior à detenção de Bárcenas, Rajoy disse não temer vinganças.