PCP, BE e PEV pediram eleições a Cavaco
Audiências-relâmpago com Cavaco Silva sobre a crise política. Presidente recebe também o governador do Banco de Portugal e, na terça e quarta-feira, os parceiros sociais.
Perante a “crise interna no Governo” e “o balanço dos últimos dois anos”, o “único caminho a seguir será a dissolução da Assembleia da República e a convocação de eleições antecipadas”. A posição do PEV foi assumida pelo deputado José Luís Ferreira, após uma audiência com o Presidente da República, no Palácio de Belém, em que esteve acompanhado pelos dirigentes Manuela Cunha e Francisco Madeira Lopes e que durou menos de 20 minutos.
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Perante a “crise interna no Governo” e “o balanço dos últimos dois anos”, o “único caminho a seguir será a dissolução da Assembleia da República e a convocação de eleições antecipadas”. A posição do PEV foi assumida pelo deputado José Luís Ferreira, após uma audiência com o Presidente da República, no Palácio de Belém, em que esteve acompanhado pelos dirigentes Manuela Cunha e Francisco Madeira Lopes e que durou menos de 20 minutos.
Questionado pelos jornalistas sobre se Cavaco Silva manifestou alguma posição, o deputado ecologista respondeu que o chefe de Estado se “limitou a ouvir a perspectiva e a leitura que os Verdes fazem da situação” e transmitiu que “até ao momento ainda não tomou nenhuma decisão”.
“Face ao quadro traçado, marcado por esta crise interna no Governo a que todos assistimos nesta última semana, mas também pelo balanço que fazemos de dois anos deste Governo, Os Verdes consideram, e foi isso que transmitiram ao senhor Presidente da República, que o único caminho a seguir será a dissolução da Assembleia da República e a convocação de eleições antecipadas devolvendo a palavra aos portugueses”, afirmou.
O deputado do PEV sustentou que “o Presidente deve fazer uso das suas faculdades, dos seus poderes, das competências que a Constituição lhe atribui, no sentido de devolver a palavra aos portugueses”.
Depois do PEV, Cavaco recebeu uma delegação do BE, num encontro que durou menos de meia hora. O coordenador do partido, João Semedo, insistiu igualmente na necessidade de se realizarem eleições e levou mesmo uma data a Cavaco Silva: 15 de Setembro, duas semanas antes das eleições autárquicas.
Semedo argumentou que a solução encontrada pelos dois parceiros de coligação não responde às necessidades do país. “Um acordo com pés de barro”, disse o líder do Bloco, que justificou que “um Governo que anuncia na sua composição a inclusão de ministros que dizem hoje uma coisa e fazem outra diferente amanhã é um Governo que perdeu fatalmente credibilidade, reconhecimento, autoridade junto dos portugueses”.
O líder do Bloco repetiu ainda que o partido “está pronto e preparado para integrar um governo de esquerda, que tenha no seu programa a renegociação da dívida e uma política que liberte o país dos credores, da dívida, do memorando e da troika”.
Já Jerónimo de Sousa, secretário-geral do PCP, não adiantou a Cavaco Silva data preferida dos comunistas para a realização de eleições, mas insistiu junto do Presidente da República na necessidade de dar voz ao povo face a um Governo “enfraquecido e derrotado”.
O líder comunista reforçou a sua posição junto do Presidente com a defesa da tese de que “ninguém entenderá, por mais exercícios e malabarismos” que sejam feitos, que o Presidente não dissolva a Assembleia da República e, assim, opte por não convocar eleições. Jerónimo considerou ainda que se Cavaco Silva tomar a decisão de aceitar a proposta do primeiro-ministro, ficará “comprometido” com o Governo. A solução encontrada por Passos e Portas, disse, “é um remendo que nem sequer é novo, é pano velho”.
Nesta terça-feira, Cavaco começa a receber os parceiros sociais – CIP, CCP, CTP e CAP –, terminando apenas a ronda na quarta-feira ao final da manhã com os líderes da CGTP e da UGT.