É impossível executivo novo sem Paulo Portas, diz centrista Nobre Guedes
“É impossível um Governo de coligação sem Paulo Portas”, disse Nobre Guedes, em entrevista à SIC Notícias, acrescentando que o presidente do CDS-PP “deve dizer aos portugueses que errou e está disposto a emendar o erro”, de forma a “encontrar uma solução de consenso com o PSD”.
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“É impossível um Governo de coligação sem Paulo Portas”, disse Nobre Guedes, em entrevista à SIC Notícias, acrescentando que o presidente do CDS-PP “deve dizer aos portugueses que errou e está disposto a emendar o erro”, de forma a “encontrar uma solução de consenso com o PSD”.
Nobre Guedes disse também que os partidos da maioria precisam de demonstrar “humildade e tolerância para chegar a um entendimento”, uma vez que entende que “este Governo tem condições para continuar”, apesar de se ter manifestado muito crítico da governação.
Atribuindo a decisão de Portas à carta de demissão de Vítor Gaspar, “uma bomba atómica”, como a classificou, Nobre Guedes definiu a situação como algo típico da política: “Política é política. Tem momentos complicados”.
Por a entender “acima de tudo [como] um serviço aos outros”, disse ser necessário “humildade para reconhecer erros e tolerância para aceitar soluções que podem não ser as do próprio partido”.
Por outro lado, fez depender a entrada do Governo num segundo ciclo “da avaliação que se faça dos últimos dois anos”, uma vez que “os portugueses vivem mal, com medo, em revolta e não admitem que alguém possa colocar em risco os sacrifícios por que passaram”.
Pela sua parte, considerou “que se podia ter governado diferente e melhor” e mencionou, inclusive, a existência de “resultados aterrorizadores”.
A exemplificar estes resultados, disse: “Destruímos a classe média, não protegemos os mais fracos, deixamos proliferar a fome e a miséria, governo não fez reformas que devia”.
Em contraposição, mencionou o que entendeu que o Governo fez bem: “Revolução tranquila na saúde, alteração da lei das rendas, privatizações, economia social, gestão política do MAI [Ministério da Administração Interna], um ministério muito difícil”.
Justiça, onde considerou existirem “fortíssimas lacunas”, e reforma do Estado, foram duas das áreas que identificou como tendo um balanço insuficiente.
Nobre Guedes manifestou-se ainda em desacordo com Diogo Freitas do Amaral, que disse que o país está "entregue a irresponsáveis", e com os que dizem que Portugal está entregue a fedelhos.
Por fim, justificou a "sua ausência no próximo congresso do CDS-PP por ir existir pouco espaço para debate, uma vez que “os militantes não são estúpidos” e que, tal como ele, “querem que Paulo Portas continue presidente”.