Instabilidade em Portugal ameaça reacender crise da dívida, avisa Durão Barroso
Nervosismo nos mercados foi provocado pelas dúvidas dos investidores sobre cumprimento do programa de resgate, diz presidente da Comissão Europeia.
Segundo Barroso, o nervosismo registado esta semana nos mercados financeiros – que se traduziu em subidas dos juros da dívida de vários países e na queda das bolsas – foi provocado pelas dúvidas dos investidores sobre o cumprimento das condições associadas aos programas de ajuda em Portugal e na Grécia.
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Segundo Barroso, o nervosismo registado esta semana nos mercados financeiros – que se traduziu em subidas dos juros da dívida de vários países e na queda das bolsas – foi provocado pelas dúvidas dos investidores sobre o cumprimento das condições associadas aos programas de ajuda em Portugal e na Grécia.
"É claro para mim que a reacção dos mercados se deveu ao facto de que poderia haver um enfraquecimento da determinação destes países em termos de consolidação orçamental e reformas estruturais", afirmou Barroso durante uma conferência de imprensa em Vilnius por ocasião do arranque da nova presidência da União Europeia (UE) assegurada este semestre pela Lituânia.
"A maior lição dos desenvolvimentos recentes, nomeadamente no meu próprio país, é o risco que existe, se houver algum tipo de sinal de que não há determinação para a correcção de alguns desequilíbrios", afirmou.
"A simples sugestão de que um governo que tem vindo a aplicar com determinação um programa [de ajuda] negociado com a UE e o FMI estava em risco, essa simples sugestão criou algum nervosismo nos mercados", prosseguiu, insistindo em que "é muito importante que toda a gente perceba isto". A lição a tirar destes acontecimentos é que "ainda não saímos da crise" e que é preciso "evitar qualquer tipo de complacência", vincou.
O presidente da Comissão considerou ainda que "é preciso manter o ritmo das reformas e manter a estabilidade sistémica" na zona euro, mas, "ao mesmo tempo, é importante tornar claro que a Europa e nomeadamente os países que são mais vulneráveis precisam de continuar esta mistura de políticas que inclui a reforma das economias para as tornar mais competitivas (...), a consolidação orçamental mas também medidas para investimento".