Scotland Yard admite que Maddie possa estar viva

A revisão da investigação portuguesa levou agentes britânicos a compor uma lista de 38 pessoas que querem ouvir.

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Madeleine McCann desapareceu em Maio de 2007 no Algarve AFP

Esta “nova linha de inquérito” resulta da revisão, nos últimos dois anos, da investigação portuguesa original, que está oficialmente encerrada e que envolveu a análise de 30.500 documentos e desencadeou 3.800 acções, durante as quais “foram descobertas novas provas e novas testemunhas”.

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Esta “nova linha de inquérito” resulta da revisão, nos últimos dois anos, da investigação portuguesa original, que está oficialmente encerrada e que envolveu a análise de 30.500 documentos e desencadeou 3.800 acções, durante as quais “foram descobertas novas provas e novas testemunhas”.

Na nota colocada no seu site, os investigadores garantem que estão a fazer todos os possíveis para perceber o que aconteceu a Maddie. “Na ausência de provas em contrário, mantemos a convicção de que Madeleine pode continuar viva”, lê-se no documento.

Elogiando a colaboração das autoridades policiais e judiciais portuguesas durante as 11 visitas que efectuaram a Portugal, os investigadores britânicos dizem estar em diálogo com as autoridades dos diferentes países de onde são naturais as 38 pessoas que importará à polícia britânica ouvir.

Destas, 12 são do Reino Unido e estariam em Portugal aquando do desaparecimento da criança. “Continuamos a acreditar na possibilidade de Madeleine continuar viva”, insistiu o inspector-chefe Andy Redwood, na referida nota.

Os pais e um outro britânico, Robert Murat, foram constituídos arguidos pelas autoridades judiciais portuguesas em Julho de 2007. Porém, um ano depois, a Procuradoria-Geral da República determinou o arquivamento das suspeitas, o que ditou o fim das investigações.

As autoridades britânicas solicitaram agora autorização para que alguns agentes ingleses possam deslocar-se a Portugal para fazer avançar a investigação. A prossecução dos interrogatórios implica a reabertura da investigação, algo que as autoridades portuguesas se têm recusado a fazer.

Contactada pelo PÚBLICO, a Procuradoria-Geral da República (PGR) explica, por e-mail, que para obter prova em Portugal as autoridades inglesas têm que apresentar um pedido de auxílio judiciário mútuo, vulgarmente conhecido como carta rogatória, o que ainda não aconteceu. “Não foi ainda recebido qualquer pedido de auxílio judiciário mútuo”, garante o Ministério Público.

A PGR recorda que as diligências terão de ser autorizada pelas autoridades judiciárias portuguesas, que são as únicas responsáveis pela execução do pedido “como autoridades soberanas que são”. E acrescenta-se: “A polícia britânica não poderá dirigir qualquer interrogatório nem efectuar qualquer diligência, de motu próprio, em Portugal”.

O Ministério Público completa que as autoridades britânicas “não poderão actuar, por si só, em Portugal”. “Poderão, sim, solicitar que seja permitida a sua deslocação a Portugal para coadjuvarem as autoridades portuguesas na execução do já mencionado pedido de auxílio judiciário mútuo, participação efectuada a título de coadjuvação”.

A equipa da Scotland Yard foi constituída para rever o processo no ano passado, a pedido do primeiro-ministro, David Cameron. O trabalho de análise das pistas e documentos custou, segundo a imprensa local, mais de dois milhões de libras (2,34 milhões de euros).

No documento, a Scotland Yard pede ainda a todos os que estiveram na Praia da Luz entre 28 de Abril e 3 de Maio de 2007, “particularmente na vizinhança do Ocean Club”, que entrem com contacto para o número +44 207 15 80 126, caso não tenham chegado a falar com a polícia portuguesa.

Notícia actualizada às 17h25: acrescenta posição da Procuradoria-Geral da República