Ferreira Leite teme que Governo esteja a esconder situação do país pior que a revelada
Social-democrata fala em “birras” para explicar crise política.
No seu habitual comentário na TVI24, a antiga presidente do PSD diz não compreender que o ministro das Finanças “se demita a meio da tarde”, algumas semanas depois de dizer que o país estava a entrar no caminho do investimento.
A verdade faz-nos mais fortes
Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.
No seu habitual comentário na TVI24, a antiga presidente do PSD diz não compreender que o ministro das Finanças “se demita a meio da tarde”, algumas semanas depois de dizer que o país estava a entrar no caminho do investimento.
Por isso, acrescentou, “tem de ser muito bem explicada a saída”. “Tenho receio que estejamos numa situação muito pior do que aquela que nos é dada a conhecer e o ministro sai porque não a consegue resolver.”
Quanto às explicações dadas por Gaspar na carta ao primeiro-ministro e que tornou pública, Ferreira Leite faz o seguinte resumo: “Eu sou muito bom e agora vocês vão ver o que é isto sem mim.”
Admite mesmo que Paulo Portas queira “saltar fora” pelas mesmas razões, por a situação estar pior do que a que é explicada aos portugueses.
Ferreira Leite admite mesmo que possa estar em causa um segundo resgate.
Quanto à crise política, a antiga ministra de Cavaco Silva classificou-a como “birras”. O que a incomoda, diz, é que “depois dos sacrifícios feitos pelos portugueses” se “esteja a lançar mais angústias”. “O que me preocupa é que ninguém saiba o que isto significa para o país.”
Ainda assim, Ferreira Leite defende que não se realizem eleições legislativas antecipadas, “se houver entendimento entre os partidos”. Acredita, porém, que a coligação "com alguma dificuldade" vai durar toda a legislatura. [PSD e CDS] vão viver sob o mesmo tecto, mas em quartos diferentes.”
Sobre o papel de Cavaco Silva Ferreira Leite diz que “está a apadrinhar um governo que mantenha a estabilidade”.