CDS vai adiar congresso
O CDS já não se vai reunir na Póvoa de Varzim neste fim-de-semana. Partido vota nesta sexta-feira à noite adiamento da reunião por duas semanas.
Já foram enviadas convocatórias aos membros do conselho nacional, que se reúne nesta sexta-feira à noite (20h30). É a este órgão que estatutariamente compete desconvocar o congresso.
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Já foram enviadas convocatórias aos membros do conselho nacional, que se reúne nesta sexta-feira à noite (20h30). É a este órgão que estatutariamente compete desconvocar o congresso.
"Estando em curso o processo para encontrar uma solução de estabilidade no Governo e dependendo essa solução da avaliação do Presidente da República, e estando marcadas reuniões do Presidente da República com os partidos para a próxima semana, entende-se que se deve adiar o congresso no sentido de que quando este se realize os congressistas tenham todos os elementos para tomar decisões no congresso", disse uma fonte do CDS à Lusa.
A proposta que está em cima da mesa é o adiamento do congresso para os dias 20 e 21 de Julho.
Esta situação significa também que o eventual acordo PSD-CDS para continuar a coligação governamental ainda terá muitas pontas soltas.
O Presidente da República exigiu a permanência do líder do CDS no Governo, apurou o PÚBLICO. O primeiro-ministro afirmou nesta quinta-feira que “foi encontrada uma fórmula de manter a estabilidade do Governo” e comprometeu-se a "aprofundar" junto de Paulo Portas "uma forma de garantir as condições necessárias" à estabilidade governativa.
Nesta quinta-feira de manhã, a Presidência da República informou Paulo Portas e Pedro Passos Coelho que Cavaco Silva só daria posse a um novo governo de coligação PSD-CDS que incluísse os líderes dos partidos.
Cavaco Silva considera que não é viável um governo de coligação em cujo Conselho de Ministros não se sentem os responsáveis máximos dos dois partidos.
À saída do Palácio de Belém, onde esteve reunido com o Presidente da República, Pedro Passos Coelho afirmou que se comprometeu com o Presidente a encontrar uma solução para um governo estável, ou seja, que vá ao encontro da exigência de Cavaco Silva.
Nesse sentido, acrescentou que irá "aprofundar" junto de Paulo Portas e do CDS "uma forma de garantir as condições necessárias" com o objectivo de "procurar um reforço" da solução.
O primeiro-ministro acrescentou também que a decisão de demissão de Paulo Portas "foi pessoal" e que "não compromete a permanência do CDS no Governo".
Sem responder a perguntas dos jornalistas, Passos Coelho afirmou que essa solução será uma forma de garantir as condições necessárias para que o Governo se mantenha em condições de cumprir o programa de assistência económica e financeira, o regresso de Portugal aos mercados, "ainda que de forma apoiada", e que "os sacrifícios dos portugueses sejam recompensados pelos resultados".
"Há também uma avaliação a fazer por parte do Presidente da República, mas essa deverá ser divulgada pelo senhor Presidente", acrescentou Passos Coelho. Essa referência aponta para uma provável remodelação do Governo, que é sempre anunciada pelo Palácio de Belém.
Fonte do gabinete do primeiro-ministro revelou à Lusa que as negociações entre Passos e Portas vão continuar.
Partidos na segunda-feira em Belém
O Presidente da República, entretanto, remeteu para a próxima segunda-feira o início das audiências com os partidos políticos que anunciou na quarta-feira de manhã.
Na tarde de segunda-feira serão recebidos em Belém, a partir das 15h30, o Partido Ecologista “Os Verdes”, o Bloco de Esquerda e o Partido Comunista Português, à razão de um por hora.
Ainda não foi divulgado quando poderão ocorrer os encontros com os restantes três partidos – PSD, PS e CDS –, os chamados "partidos do arco de governabilidade".
O comunicado da Presidência que anunciava os encontros era curto: "Em face da situação criada pelo pedido de demissão do ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros, apresentado ontem [terça-feira] ao primeiro-ministro, o Presidente da República, que receberá hoje, em audiência, o secretário-geral do Partido Socialista, reunir-se-á amanhã com o primeiro-ministro e ouvirá seguidamente os partidos com representação parlamentar."
No entanto, as audiências não se seguiram imediatamente, apesar de ter sido informalmente referido que deveriam começar já nesta sexta-feira.