Cavaco recebe Passos na quinta-feira e ouve partidos na sexta-feira
Presidente pretende discutir a “situação criada pelo pedido de demissão" de Paulo Portas. Chefe de Estado recebe Seguro nesta quarta-feira à tarde.
Em comunicado, a Presidência confirma também que receberá, nesta quarta-feira, como já era conhecido, o secretário-geral do PS, António José Seguro.<_o3a_p>
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Em comunicado, a Presidência confirma também que receberá, nesta quarta-feira, como já era conhecido, o secretário-geral do PS, António José Seguro.<_o3a_p>
As reuniões são justificadas pela “situação criada pelo pedido de demissão do ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros”, Paulo Portas, que abriu uma crise política em Portugal.
Após a divulgação do comunicado, nesta quarta-feira de manhã, da agenda do Presidente da República para quinta-feira revelada a meio da tarde não constam as reuniões com os partidos com representação parlamentar, mas apenas a reunião com o primeiro-ministro no dia e hora habituais - às 17 horas de quinta-feira - e a reunião do Conselho Superior de Defesa Nacional.
Fonte da Presidência da República afirmou ao PÚBLICO que estes encontros deverão acontecer apenas na sexta-feira.
Passos Coelho anunciou na terça-feira que pretende manter-se em funções, apesar da demissão de Paulo Portas, líder do segundo partido da coligação.
A direcção CDS reúne-se nesta quarta-feira e só depois do encontro deverá ser confirmado se os centristas abandonam mesmo o Governo, com a saída dos outros dois ministros (Assunção Cristas e Pedro Mota Soares) e também dos secretários de Estado que designou.
Portas demitiu-se invocando discordância face à escolha para a pasta das Finanças de Maria Luís Albuquerque, que substituiu Vítor Gaspar, que deixou o Governo na segunda-feira.
A demissão de Portas surpreendeu até o núcleo duro do CDS, lançando dúvidas sobre a viabilidade do Governo.
António José Seguro, líder do principal partido da oposição, reagiu ao pedido de demissão de Portas com um apelo à realização de eleições, opinião que é partilhada pelo resto da oposição.
A atitude a tomar pelo Presidente da República é determinante para a evolução da crise, sendo vários os cenários que se colocam, desde uma pacificação da coligação até ao cenário de eleições antecipadas.
Durão Barroso, presidente da Comissão Europeia, já disse que segue “a crise política em Portugal com extrema preocupação” e pediu uma “clarificação da situação política o quanto antes”. Em Bruxelas, reconhece-se que a situação política é preocupante e também o presidente do Eurogrupo, Jeroen Dijsselbloem, já o veio afirmar. “Apelo a Portugal para que assuma responsabilidades”, disse.
A crise política está já a ter consequências negativas para os mercados, com a bolsa portuguesa em forte queda e os juros da dívida pública a ultrapassarem a barreira dos 8%.