Dois homens com VIH livres de anti-retrovirais após transplante de medula
Especialistas dos EUA confirmam o sucesso da descoberta anunciada há um ano quando perceberam que dois homens infectados com VIH não apresentavam sinais do vírus após terem sido submetidos a um transplante de medula. Agora os mesmos especialistas dizem que estes homens já não estão a tomar anti-retrovirais.
É mais um passo numa promessa. Com cautela, uma equipa de especialistas de um hospital norte-americano volta a falar nos casos de sucesso em que se parece estar perante uma possível cura de sida. Situações especiais e excepcionais como terá sido o primeiro caso deste género em que um homem chamado Thimothy Brown – que ficou conhecido como o doente de Berlim – ficou na história da Medicina como “único doente curado de sida” (após ter sido submetido também a um transplante de medula). Outro caso, mas com contornos diferentes, um bebé norte-americano cuja mãe era seropositiva e que começou a ser tratado com doses terapêuticas de anti-retrovirais contra o VIH horas após o nascimento e que entrou em remissão.
Desta vez, a identidade dos dois homens está a ser preservada. Os especialistas estão optimistas mas consideram que é muito cedo para poder falar em mais duas pessoas curadas. Porém, segundo anunciaram agora na Conferência Internacional sobre Sida, estes dois homens estão há vários meses sem medicação anti-retroviral e o vírus não voltou a ser detectado nas análises a que são sujeitos. Um dos pacientes estará há já quatro meses livre de medicação. No entanto, os especialistas sabem que este complexo vírus cria reservatórios no organismo onde se pode esconder e, por isso, é preciso esperar mais tempo.
Os dois homens estavam infectados há 30 anos e ambos desenvolveram um cancro que exigia um transplante de medula. A medula é precisamente um dos locais preferidos do vírus para se alojar. Depois do transplante, as análises não detectaram o vírus no sangue dos doentes, um deles por um período de dois anos e outro durante os quatro anos seguintes ao tratamento.
Há poucos meses, os dois deixaram de tomar medicação para o VIH. Num caso a interrupção aconteceu há 15 semanas, noutro apenas há sete. Por isso, sublinham os médicos, ainda é cedo para declarar que o vírus desapareceu para sempre.
“Não podemos dizer que estamos perante a cura, precisamos de seguir estes doentes durante mais tempo. O que podemos dizer é que o vírus desapareceu por um ano ou mesmo dois depois de pararmos o tratamento, as hipóteses de recidiva são extremamente baixas”, adiantou em declarações à BBC Timothy Henrich, um dos especialistas que apresentaram estes casos. Apesar de o vírus não ser detectado nas análises, os médicos salvaguardam que poderá estar “escondido” no tecido do cérebro ou no tracto intestinal.
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É mais um passo numa promessa. Com cautela, uma equipa de especialistas de um hospital norte-americano volta a falar nos casos de sucesso em que se parece estar perante uma possível cura de sida. Situações especiais e excepcionais como terá sido o primeiro caso deste género em que um homem chamado Thimothy Brown – que ficou conhecido como o doente de Berlim – ficou na história da Medicina como “único doente curado de sida” (após ter sido submetido também a um transplante de medula). Outro caso, mas com contornos diferentes, um bebé norte-americano cuja mãe era seropositiva e que começou a ser tratado com doses terapêuticas de anti-retrovirais contra o VIH horas após o nascimento e que entrou em remissão.
Desta vez, a identidade dos dois homens está a ser preservada. Os especialistas estão optimistas mas consideram que é muito cedo para poder falar em mais duas pessoas curadas. Porém, segundo anunciaram agora na Conferência Internacional sobre Sida, estes dois homens estão há vários meses sem medicação anti-retroviral e o vírus não voltou a ser detectado nas análises a que são sujeitos. Um dos pacientes estará há já quatro meses livre de medicação. No entanto, os especialistas sabem que este complexo vírus cria reservatórios no organismo onde se pode esconder e, por isso, é preciso esperar mais tempo.
Os dois homens estavam infectados há 30 anos e ambos desenvolveram um cancro que exigia um transplante de medula. A medula é precisamente um dos locais preferidos do vírus para se alojar. Depois do transplante, as análises não detectaram o vírus no sangue dos doentes, um deles por um período de dois anos e outro durante os quatro anos seguintes ao tratamento.
Há poucos meses, os dois deixaram de tomar medicação para o VIH. Num caso a interrupção aconteceu há 15 semanas, noutro apenas há sete. Por isso, sublinham os médicos, ainda é cedo para declarar que o vírus desapareceu para sempre.
“Não podemos dizer que estamos perante a cura, precisamos de seguir estes doentes durante mais tempo. O que podemos dizer é que o vírus desapareceu por um ano ou mesmo dois depois de pararmos o tratamento, as hipóteses de recidiva são extremamente baixas”, adiantou em declarações à BBC Timothy Henrich, um dos especialistas que apresentaram estes casos. Apesar de o vírus não ser detectado nas análises, os médicos salvaguardam que poderá estar “escondido” no tecido do cérebro ou no tracto intestinal.