Rede de corrupção cobrava até 7500 euros por carta de condução

PJ acredita que alguns examinadores vendiam cartas de forma fraudulenta há mais de uma década. Identificadas centenas de "clientes".

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Parte dos "clientes" da rede não preenchia requisitos mínimos para a obtenção da carta, como saber ler Pedro Cunha/Arquivo

A PJ acredita que alguns elementos da organização, que operava na Região Norte, se dedicavam a esta actividade há mais de uma década. Isto, porque já foram suspeitos em sucessivos inquéritos-crime, muitos dos quais resultantes de denúncias anónimas, que acabavam arquivados por falta de provas.

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A PJ acredita que alguns elementos da organização, que operava na Região Norte, se dedicavam a esta actividade há mais de uma década. Isto, porque já foram suspeitos em sucessivos inquéritos-crime, muitos dos quais resultantes de denúncias anónimas, que acabavam arquivados por falta de provas.

Nesta investigação, que começou há mais de um ano, foram identificados “centenas” de condutores que beneficiaram deste esquema de corrupção, uma parte dos quais não reunia os requisitos mínimos para obter a carta, como saber ler e escrever.

“Esta acção foi o culminar de uma investigação desenvolvida na Unidade Local de Investigação Criminal de Vila Real desta polícia, onde vem indiciada a prática reiterada por aqueles suspeitos de crimes de corrupção e de falsificação de documentos e que visou pôr cobro a uma actividade criminosa relacionada com a obtenção de cartas de condução de forma fraudulenta”, lê-se num comunicado da PJ.

Entre os detidos, 21 homens e três mulheres, com idades entre os 38 e os 66 anos, há sócios-gerentes e directores de escolas de condução e examinadores, que vão ser presentes nos próximos dias a interrogatório judicial para aplicação das medidas de coacção.

A operação, com o nome de código Carta Branca, foi levada a cabo na Região Norte e contou com a participação de investigadores da Directoria do Norte e das unidades de Vila Real e da Guarda que realizaram cerca de meia centena de buscas.