Arquitectura: Siza e Souto de Moura num pavilhão de S. Paulo
Um pavilhão projectado pelos dois arquitectos, uma exposição e um ciclo de conferências fazem parte do programa delineado pela Estratégia Urbana
Eduardo Souto de Moura apresentou no sábado, às 16h locais, no Museu Casa Brasileira, em São Paulo, alguns dos seus trabalhos, e explicou o projecto que desenhou com o outro Pritzker português, Álvaro Siza, para o pavilhão do laboratório da Estratégia Urbana a instalar no Parque Ibirapuera, naquela cidade, no início do Outono.
A verdade faz-nos mais fortes
Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.
Eduardo Souto de Moura apresentou no sábado, às 16h locais, no Museu Casa Brasileira, em São Paulo, alguns dos seus trabalhos, e explicou o projecto que desenhou com o outro Pritzker português, Álvaro Siza, para o pavilhão do laboratório da Estratégia Urbana a instalar no Parque Ibirapuera, naquela cidade, no início do Outono.
A conferência do arquitecto responsável pelo Metro do Porto deu o pontapé-de-saída do ambicioso programa que aquele laboratório de inovação sediado em Matosinhos elaborou com o objectivo de contribuir para a internacionalização da arquitectura portuguesa e a sua afirmação no mercado brasileiro. É um programa que está já atrasado em relação aos prazos inicialmente previstos, que apontavam para a Primavera, mas que, em contrapartida, vai usufruir das mais-valias da sua integração na 10.ª Bienal de Arquitectura de São Paulo, que começa 28 de Setembro e vai até 24 de Novembro, este ano sob o tema "Modos de fazer, modos de usar".
“Esta inserção do nosso programa na bienal vai dar uma visibilidade acrescida à arquitectura portuguesa e uma maior projecção ao nosso país”, disse ao PÚBLICO, à partida para São Paulo, o arquitecto Nuno Sampaio, presidente da Estratégia Urbana, que apresentou, na cidade brasileira, o projecto "Arquitectura Portuguesa – Discrição é a nova visibilidade". E acrescentou que, apesar da alteração das datas, o programa delineado no final do ano passado se mantém.
Assim, a Estratégia Urbana vai levar à grande metrópole brasileira uma exposição documental de 100+7 projectos da arquitectura portuguesa dos últimos vinte anos, um programa de conferências e encontros entre arquitectos (e também engenheiros) portugueses e brasileiros e o referido pavilhão de arquitectura efémera.
400 m2 de Pritzker
O projecto para esta estrutura de 400 m2 a instalar em pleno Parque Ibirapuera – e que fará com que ele passe a possuir “a maior concentração de obras de prémios Pritzker por metro quadrado”, como nota Fernando Serapião, um dos curadores do projecto da Estratégia Urbana, numa referência à junção dos dois arquitectos portugueses à obra já aí existente de Oscar Niemeyer – está já completo. Falta agora assegurar a contrapartida brasileira para a sua concretização. “O projecto está feito, e já foi enviado para ao Brasil. Mas queremos que ele seja uma parceria luso-brasileira: foi concebido por arquitectos e engenheiros portugueses, com o apoio da Mota-Engil; esperamos agora que seja construído por empresas brasileiras”, explica Sampaio, notando que “o início do mês de Agosto é o prazo limite para a angariação desses apoios”, para que o pavilhão esteja disponível a tempo da bienal.
O responsável pela Estratégia Urbana está igualmente à espera que o governo português, através da Secretaria de Estado da Cultura – que declarou 2013 Ano da Arquitectura Portuguesa – concretize o apoio que ajude a pagar um orçamento estimado em cerca de 880 mil euros. “Sabemos que há vontade política, esperamos agora a correspondência material”, diz Nuno Sampaio, lembrando a importância de Portugal ter sido o único país estrangeiro convidado a fazer-se representar na bienal de São Paulo. E acrescenta: “Este nosso programa de internacionalização é muito mais que um projecto cultural, é também económico.” Para isso, a Estratégia Urbana convidou a Ordem dos Arquitectos e a dos Engenheiros a estabelecerem uma agenda própria de contactos com os seus congéneres brasileiros.
Lê o artigo completo no PÚBLICO.