General dos EUA investigado por fuga de informação sobre vírus informático usado para atacar Irão

James Cartwright era considerado o "general preferido de Obama", antes de se reformar, em 2011. Pode ter sido ele que revelou o programa que criou o vírus Stuxnet

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Obama e Eric Holder, o responsável pelo Departamento de Justiça, que lanlou a investigação sobre a fuga de informação Saul LOEB/AFP

James Cartwright foi general dos Marines e o segundo oficial de mais alta patente nas forças armadas dos Estados Unidos, adianta o jornal de Nova Iorque. Entre 2007 e 2011, enquanto vice-chefe de Estado-maior, tornou-se um dos conselheiros preferidos do Presidente Barack Obama em questões de segurança.

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James Cartwright foi general dos Marines e o segundo oficial de mais alta patente nas forças armadas dos Estados Unidos, adianta o jornal de Nova Iorque. Entre 2007 e 2011, enquanto vice-chefe de Estado-maior, tornou-se um dos conselheiros preferidos do Presidente Barack Obama em questões de segurança.

Segundo dizia o New York Times no ano passado, Cartwright foi o responsável pela coordenação do programa Olympic Games, que permitiu o desenvolvimento de um vírus informático, em cooperação com Israel, que inactivou 1000 das 6000 centrifugadoras usadas nessa altura pelo Irão para enriquecer urânio. O vírus tinha características surpreendentes e foi detectado também na Internet em vários países do Médio Oriente e em alguns da Europa de Leste. Houve acusações em surdina de que Israel o teria usado de uma forma não autorizada pelos EUA.

Cartwright, no entanto, nunca surgia como a fonte da revelação deste programa secreto. Tinha-se reformado em 2011, e passou a trabalhar no think tank Center for Strategic and International Studies. Tem sido um defensor de cortes substanciais nas armas nucleares e alertado para a possibilidade de o uso de drones pelos Estados Unidos no Paquistão e no Iémen para assassinar selectivamente terroristas – embora com danos colaterais significativos – criar riscos ainda maiores para Washington, porque gera revolta e antipatia entre as populações civis.

Segundo o Washington Post, Cartwright não era bem visto por muitos outros generais, incluindo David Petraeus, porque se tinha oposto aos planos de enviar um reforço de tropas para o Afeganistão em 2009. Mas o facto de ter assumido essa posição tornou-o caro a Obama, que o incluiu no seu circuito mais próximo. Na Casa Branca dizia-se que Cartwright era o general preferido de Obama. No entanto, o Presidente não o nomeou chefe de estado-maior em 2011 precisamente porque as suas relações com outros generais mais graduados tinham-se deteriorado durante o debate sobre o envio de um reforço de tropas para o Afeganistão, diz o Post.

Desde que a história sobre o Stuxnet e o progama Olympic Games foi revelada, no ano passado, que o Departamento de Justiça dos EUA começou a investigar para descobrir a origem da fuga de informação. Agora, surge esta notícia nos media norte-americanos – proveniente de “fonte judicial não identificada” – que divulga o nome de Cartwright como alvo da investigação.

Quem está a liderar a investigação lançada pelo Departamento de Justiça de Eric Holder é o procurador-geral do estado de Maryland, Rod J. Rosenstein, que através de um porta-voz disse ao New York Times não ter qualquer comentário a fazer a esta notícia. O advogado do general, um ex-conselheiro da Casa Branca, fez a mesma coisa.