Pescanova consegue crédito de 56 milhões de euros
Dinheiro é fundamental para manter as actividades da companhia pesqueira, que assume um passivo milionário.
Este valor é fundamental para que a companhia de produtos pesqueiros possa manter a sua actividade operacional e não seja obrigada a quebrar as suas cadeias de funcionamento — da extracção de peixe à transformação e comercialização.
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Este valor é fundamental para que a companhia de produtos pesqueiros possa manter a sua actividade operacional e não seja obrigada a quebrar as suas cadeias de funcionamento — da extracção de peixe à transformação e comercialização.
O acordo com os bancos e a Junta foi conseguido pela Deloitte, a consultora económica e financeira que exerce, actualmente, as funções de administradora judicial da Pescanova.
Em comunicado, emitido nesta sexta-feira, a empresa afirma que “o prazo de vencimento desta linha de financiamento é de 10 meses”, e acrescenta que “esta operação constituiu um dos poucos exemplos, no mercado espanhol, de novo financiamento recebido por uma empresa em concurso de credores e permitirá que o grupo enfrente a próxima fase numa situação mais estável do que aquela que tinha no momento em que entrou em concurso” de credores.
Os sete bancos que aceitaram disponibilizar mais liquidez para a Pescanova são já credores, no seu conjunto, de quase mil milhões de euros da companhia pesqueira, que tem a sede em Vigo. Só o Sabadell, um dos subscritores, tem a haver da empresa cerca de 222 milhões de euros.
Por este facto, o sindicato bancário exigiu que em troca do empréstimo a marca da Pescanova e as instalações de que dispõe na Galiza fiquem como aval da operação. Caso falhem os esforços para recuperar a empresa e os seus bens venham a ser liquidados, os valores agora emprestados serão considerados dívida privilegiada. Assim, será reembolsada antes da que reporta a outros credores.
A Deloitte tentou envolver a banca estrangeira no esforço para evitar a ruptura operacional da Pescanova, mas sem sucesso. O alemão Deutsche Bank foi uma das instituições financeiras europeias que recusaram emprestar mais dinheiro à Pescanova — onde a portuguesa Caixa Geral de Depósitos tem, igualmente, uma significativa exposição.
A situação real da empresa galega foi conhecida no final do primeiro trimestre do ano, quando a sociedade se revelou incapaz de reportar as contas referentes ao exercício de 2012. Descobriu-se, pouco depois, um buraco financeiro que ultrapassa os 3000 milhões de euros e uma situação operacional insustentável que levou à intervenção judicial.
O presidente, Manuel Fernandez de Sousa, é acusado de ter vendido acções às escondidas, antes de se conhecer a situação da empresa, e de ter mantido práticas de dupla contabilidade.