Sindicatos dizem que há escolas fechadas, mas não sabem quantas
Sem aulas, sem exames e sem reuniões marcadas, federações têm dificuldade em contabilizar adesão à greve.
No entanto, o Ministério da Educação acabou por antecipar as provas para quarta-feira e, com isto, a maioria dos directores não marcou serviço para esta quinta-feira, revelam os dirigentes sindicais da Federação Nacional dos Professores (Fenprof) António Avelãs e João Paulo Silva.
A verdade faz-nos mais fortes
Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.
No entanto, o Ministério da Educação acabou por antecipar as provas para quarta-feira e, com isto, a maioria dos directores não marcou serviço para esta quinta-feira, revelam os dirigentes sindicais da Federação Nacional dos Professores (Fenprof) António Avelãs e João Paulo Silva.
De manhã, à porta da Escola Marquesa de Alorna, em Lisboa, Mário Nogueira, secretário-geral da Fenprof, adiantou ao PÚBLICO que a adesão dos trabalhadores não docentes é "maciça" e que em muitas escolas, como aquela, o agrupamento de Penacova ou a Secundária João de Deus em Faro, não estão a ser feitas reuniões que estavam previstas. Outras escolas onde os directores marcaram reuniões de avaliação, mas estas não aconteceram: EB 2, 3 Alice Gouveia, Coimbra; EB 2, 3 do Caramulo; EB2, 3 de Moimenta da Beira; EB 2, 3 de Penacova; EB 2, 3 Santo António, Faro; EB 2, 3 de Sernancelhe; EB 2, 3 de Cinfães; Escola Secundária de Moura; Escola Secundária Severim de Faria, Évora; EBI Cidade de Castelo Branco; Agrupamento de Escolas do Paul, Covilhã.
"Com a antecipação dos exames, boa parte das escolas não tem actividade nenhuma. Portanto, teremos alguma dificuldade em saber quantos professores aderiram à greve", reconhece António Avelãs, do Sindicato dos Professores da Grande Lisboa. Sem aulas, sem exames e sem serviço atribuído, não há também reuniões de avaliação. "Os professores ou comunicam que estão a aderir à greve, ou então nem se nota nas escolas", informa João Paulo Silva do Sindicato dos Professores do Norte.
A Federação Nacional de Educação (FNE), afecta à UGT, contava ter alguns números da greve geral no sector da educação ao final da manhã desta quinta-feira. Mas, às 14h40, a assessora para a imprensa da FNE, Fátima Martins, reconhecia que não era fácil fazer essa contabilização, uma vez que em muitas escolas não foram marcadas reuniões. Além dos professores, existem funcionários administrativos e outros que trabalham nos estabelecimentos de ensino. "Do que vamos aferindo sabemos que a greve está a ter impacto. Há escolas fechadas na zona sul e também na norte", acrescenta Fátima Martins
Adelino Calado, director do agrupamento de escolas de Carcavelos e dirigente da Associação Nacional de Directores de Agrupamentos de Escolas Públicas, confirma que na maioria das escolas os directores não atribuíram serviço para este dia. Havendo funcionários suficientes, as escolas podem abrir, acrescenta, dando o exemplo do seu agrupamento em que em sete estabelecimentos de ensino, apenas um jardim-de-infância não abriu as portas por falta de educadores e funcionários não docentes.
Pré-escolar parado e superior com exames suspensos
No sector da educação, a greve pode fazer-se sentir nos jardins-de-infância, uma vez que o ano lectivo ainda não terminou para estas crianças e seus educadores de infância, adianta Adelino Calado.
Em comunicado ao início da tarde, a Fenprof confirma que no pré-escolar são inúmeros os jardins-de-infância que encerraram. "Em suma, para quem pensava que 19 dias de intensa luta levariam os professores a não participar neste momento importantíssimo da luta de todos trabalhadores, enganou-se. Eles aí estão conscientes de que a origem dos problemas que afectam o país e os portugueses são as políticas do actual Governo. Demiti-lo e conseguir uma profunda alteração de políticas são obrigações que se impõem a todos os portugueses", escreve a federação.
No ensino superior, a greve faz-se sentir entre os professores que não deram exames, adiando-os.
Nos ensinos básico e secundário, as reuniões de avaliação, aquelas que os professores têm de fazer para atribuir as notas finais do ano lectivo, poderão prosseguir já na sexta-feira. A Fenprof suspendeu a greve às avaliações depois de ter chegado a um entendimento com a tutela.
Notícia actualizada às 11h53, acrescentadas declarações de Mário Nogueira e Adelino Calado. Às 14h30 foi acrescentada informação com base no comunicado da Fenprof. Às 14h40 declarações da assessora da FNE e alterado o título.