Licenciatura de Relvas já está em tribunal
Em causa está a forma como o ex-ministro foi avaliado numa das quatro cadeiras que fez em 2006/07 para obter o grau de licenciado.
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Licenciatura-relâmpago
Foi em Julho de 2012 que foi tornado público que Miguel Relvas tinha feito uma licenciatura em apenas um ano na Universidade Lusófona. O caso causou surpresa no meio académico, com reitores a virem a público dizer que uma licenciatura num ano era impossível.A consulta ao dossier de Relvas na Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias – que, depois de insistentes pedidos, acabaria por ser autorizada a 9 de Julho, uma semana depois de o PÚBLICO dar conta do percurso do ministro – adensaria mais essas dúvidas. Numa licenciatura – Ciência Política e Relações Internacionais – composta por 180 créditos, distribuídos por 36 cadeiras, Relvas obtivera 160, por lhe ter sido reconhecida a sua experiência profissional. Teve que fazer apenas quatro disciplinas semestrais: Quadros Institucionais da Vida Económica Política e Administrativa (acabou com 12 valores), Introdução ao Pensamento Contemporâneo (18 valores), Teoria do Estado da Democracia e da Revolução (14) e Geoestratégia, Geopolítica e Relações Internacionais (15).Uma auditoria pedida pelo ministro da Educação, Nuno Crato, à Lusófona acabaria por revelar que muitos alunos obtiveram graus académicos com créditos, mas que a nenhum outro tinham sido dados tantos como ao aluno n.º 20.064.768, Miguel Relvas, que terminaria a licenciatura com 11 valores. Não são conhecidos ainda os resultados das averiguações da inspecção ao modo como as equivalências foram concedidas. O que está em causa, neste momento, é apenas a forma como Relvas foi avaliado numa das quatro cadeiras que fez.Em Abril, o ministro da Educação requereu que o tribunal analisasse a anulação da licenciatura de Relvas. A decisão oficial de Crato foi conhecida cerca de duas horas e meia depois de o ministro adjunto e dos Assuntos Parlamentares ter comunicado ao país o pedido de demissão do seu cargo que tinha apresentado.Notícia actualizada às 18h08 com comunicado da PGR