Empresa Rio Tinto suspende exportação de carvão de Moçambique devido à instabilidade

Utilização da Linha do Sena suspensa devido a ameaças e acções armadas dos últimos dias. Produção continua.

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Linha de comboio na província de Tete Reuters

A informação de que a exportação de carvão da Rio Tinto através da linha de caminho-de-ferro do Sena tinha sido suspensa foi avançada à Rádio Moçambique pelo governador da província de Tete, Rachid Gogo, e confirmada esta quarta-feira pela empresa.

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A informação de que a exportação de carvão da Rio Tinto através da linha de caminho-de-ferro do Sena tinha sido suspensa foi avançada à Rádio Moçambique pelo governador da província de Tete, Rachid Gogo, e confirmada esta quarta-feira pela empresa.

“Parámos as nossas operações na linha férrea para avaliação da actual situação em Moçambique”, disse Hélder Ossemane, porta-voz da empresa, citado pela agência Reuters. A produção na mina da Rio Tinto em Benga, perto da cidade de Tete, prossegue.

Desde que, na semana passada, a Renamo ameaçou bloquear a circulação no país ocorreram ataques a camiões e autocarros que criaram insegurança e instabilidade no Centro do país. Numa dessas acções foram mortas duas pessoas.

Algumas carruagens de uma composição que circulava na Linha do Sena – que liga as zonas mineiras de Tete ao porto da Beira, por onde o carvão é exportado – descarrilaram. Mas a transportadora férrea moçambicana minimizou o caso, e disse que a circulação não chegou a ser interrompida. A linha é também utilizada pelos brasileiros da Vale, outro gigante do sector mineiro.

A tensão em Moçambique tem aumentado à medida que as eleições de aproximam. Para Novembro estão previstas municipais e em 2014 presidenciais. O Governo da Frelimo (Frente de Libertação de Moçambique) e a Renamo  têm mantido conversações, sem resultados visíveis.

A antiga guerrilha pretende a renegociação dos acordos de paz de 1992 e contesta as leis eleitorais. O líder, Afonso Dlhakama, retirou-se no ano passado para as montanhas da Gorongosa e ameaçou voltar à guerra. O antigo movimento guerrilheiro combateu o Governo da Frelimo, então partido único, durante 16 anos, até 1992.