Confrontos na região chinesa de Xinjiang fazem 27 mortos
Na província vivem nove milhões de uigures, a minoria muçulmana que se diz discriminada e perseguida por Pequim.
Os atacantes “esfaquearam pessoas e incendiaram viaturas”, dizem responsáveis regionais do Partido Comunista Chinês, citados pela agência. Segundo as mesmas fontes, nove polícias e oito civis foram mortos antes de a polícia disparar e matar dez assaltantes.
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Os atacantes “esfaquearam pessoas e incendiaram viaturas”, dizem responsáveis regionais do Partido Comunista Chinês, citados pela agência. Segundo as mesmas fontes, nove polícias e oito civis foram mortos antes de a polícia disparar e matar dez assaltantes.
A província é palco de confrontos frequentes, resultado das enormes tensões entre os han, a etnia maioritária da China, e os uigures, invariavelmente acusados de “terrorismo” ou “separatismo”. Na semana passada, 19 membros desta minoria foram condenados a penas até seis anos de prisão, acusados de promoverem o ódio racional e o extremismo religioso na Internet.
Os confrontos mais graves entre han e uigures aconteceram em 2009 em Urumqi, capital da região, com 200 mortos. Desde então, as autoridades reforçaram a segurança na região, que já era muito militarizada.
Em Abril deste ano, 21 pessoas morreram naquilo que Pequim descreveu como combates entre “separatistas” uigures e a polícia.
“A repressão incessante e a provocação explicam os motins”, disse nesta quarta-feira o porta-voz no exílio do Congresso Mundial Uigur, Dilxat Rexit.
Em Xinjiang, os uigures são 46% da população (já foram muito mais, mas milhões de han têm chegado aqui nas últimas décadas) e os han 39%. São os han que controlam a vida política e económica da região rica em gás e petróleo.
De acordo com a Fundação Duihua, uma organização especializada nas questões de direitos humanos da China e com sede nos Estados Unidos, a região de Xinjiang, com menos de 2% da população chinesa, teve em 2012 mais de metade dos processos por “ataque à segurança do Estado”.
A Fundação Duihua (diálogo) considera que os uigures são alvo de “discriminação étnica”.