Estivadores pararam uma hora no primeiro de 20 dias de greve
Trabalhadoresportuários cumprem paralisação parcial em protesto contra “violações” ao contrato colectivo de trabalho.
A paralisação prolonga-se até 22 de Julho e nas primeiras duas semanas vai decorrer durante uma hora por dia (das 9h00 às 10h00), aumentando para duas horas nas semanas seguintes (das 9h00 às 10h00 e das 15h00 às 16h00). A esta hora, os trabalhadores estão reunidos em plenário para discutir “formas de luta” e ainda não foi possível obter informações sobre a adesão à paralisação.
A verdade faz-nos mais fortes
Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.
A paralisação prolonga-se até 22 de Julho e nas primeiras duas semanas vai decorrer durante uma hora por dia (das 9h00 às 10h00), aumentando para duas horas nas semanas seguintes (das 9h00 às 10h00 e das 15h00 às 16h00). A esta hora, os trabalhadores estão reunidos em plenário para discutir “formas de luta” e ainda não foi possível obter informações sobre a adesão à paralisação.
A greve afecta as operações de carga e descarga e a movimentação de bens ou mercadorias mas é, para já, um aviso, porque não deverá prejudicar muito a “dinâmica ou a necessidade de trabalho do Porto”, disse ontem à Rádio Renascença António Mariano, presidente do Sindicato dos Estivadores do Centro e Sul.
“Em parte é um aviso mas pode tomar outras proporções. Uma ou duas horas não representam muito em termos de dinâmica ou da necessidade de trabalho do Porto”, afirmou.
António Mariano recorda que “as greves são sempre um último recurso que os trabalhadores não querem usar a não ser que sejam obrigados a isso”. Contudo, “de há umas semanas para cá, as empresas no Porto de Lisboa têm estado a violar diariamente o contrato colectivo de trabalho”. O sindicato acusa as entidades empregadoras e o Governo de não cumprir a lei ao substituir trabalhadores profissionais por trabalhadores precários, introduzindo “na operação portuária elementos estranhos”, o que coloca a “segurança em risco”.
Nos portos de Setúbal e da Figueira da Foz, os protestos restringem-se à “abstenção da prestação do trabalho incidente sobre cargas ou navios que tenham sido desviados do Porto de Lisboa” até dois dias antes do primeiro dia de greve. O sindicato avisa que “por razões de solidariedade é previsível que os trabalhadores portuários em actividades nos portos de Aveiro e de Sines possam também vir a associar-se aos objectivos desta greve”.
Entretanto, as associações de empregadores do sector portuário garantiram à Lusa não haver razões para os estivadores do Porto de Lisboa terem entrado em greve, alegando que estão a cumprir a lei e disponíveis para dialogar. “Neste momento estamos a aplicar o contrato colectivo de trabalho em vigor. Não se percebe que o sindicato vem agora, depois de todos os prejuízos que já causou, com mais uma greve, que vai, uma vez mais, manchar a imagem do Porto de Lisboa e pôr em causa as exportações e a economia nacional”, afirmou Joana Nunes Coelho, presidente da Associação-Empresa de Trabalho Portuário (AETP) de Lisboa.
Em 2012, a greve dos estivadores fez parar o Porto de Lisboa deixando contentores por carregar e afectando o tranporte marítimo de mercadorias. Em Novembro, os trabalhadores manifestaram-se em frente à Assembleia da República contra a lei do novo regime laboral.