Há poeira fria a sair de um buraco negro
Através da detecção de luz infravermelha foi possível descobrir poeira cósmica a ser empurrada de um buraco negro.
O trabalho foi feito por uma equipa internacional que inclui investigadores da Universidade da Califórnia, nos Estados Unidos ou do Instituto Max Planck, na Alemanha, e que utilizaram o Interferómetro do Very Large Telescope, o telescópio do Observatório Europeu do Sul (ESO, sigla em inglês) instalado no cimo do monte Paranal, no deserto de Atacama, no Chile.
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O trabalho foi feito por uma equipa internacional que inclui investigadores da Universidade da Califórnia, nos Estados Unidos ou do Instituto Max Planck, na Alemanha, e que utilizaram o Interferómetro do Very Large Telescope, o telescópio do Observatório Europeu do Sul (ESO, sigla em inglês) instalado no cimo do monte Paranal, no deserto de Atacama, no Chile.
Com este instrumento, os astrónomos observaram o centro da galáxia NGC 3783, onde um buraco negro irradia uma forte luz infravermelha. Esta luz denuncia uma quantidade enorme de pó cósmico situado em torno da buraco negro. Este pó foi captado pela gravidade do buraco negro, como quando a água desaparece num ralo originando à volta um remoinho.
Estes buracos negros activos no meio das galáxias são objectos muito energéticos a que se chamam núcleos activos de galáxias. O material no donut está a temperaturas entre 700 e 1000 graus Celsius, mas o interferómetro descobriu poeira cósmica, mais fria e a libertar radiação infravermelha menos energética, que está a ser empurrada acima e abaixo do buraco negro.
“Esta é a primeira vez que conseguimos combinar observações detalhadas no infravermelho médio da poeira fria, à temperatura ambiente, com observações igualmente detalhadas da poeira muito quente”, explica Sebastian Hönig, da Universidade da Califórnia, autor principal do artigo, num comunicado do ESO.
A poeira fria forma um fluxo constante que é empurrado para fora do buraco negro, na direcção vertical à do donut de poeira, nos dois sentidos. O que se pensa é que a voragem de material do buraco negro produz uma radiação intensa que empurra a poeira mais fria. Ainda não se percebe como é que estes dois fenómenos complexos e aparentemente antagónicos estão ligados e permitem aos buracos negros existirem e crescerem.