Obama propõe à Rússia redução de um terço de armas nucleares

Presidente norte-americano discursa em Berlim quase 50 anos depois de JFK, pedindo o fim de muros que separam “quem não se parece connosco, quem não pensa como nós”.

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Obama acena no final do seu discurso em Berlim Michael Kappeler/Reuters

Esperava-se que no seu discurso Obama pedisse à Rússia um avanço no desarmamento nuclear. “É possível garantirmos a nossa segurança e dos nossos aliados com uma redução de até um terço das nossas armas nucleares”, disse Obama, pedindo à Rússia um aprofundamento das negociações de redução. O tratado assinado em 2010 tinha imposto um limite de 1550 ogivas e 700 dispositivos de lançamento (menos de metade dos 1600 previstos no anterior tratado de 1991.<_o3a_p>

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Esperava-se que no seu discurso Obama pedisse à Rússia um avanço no desarmamento nuclear. “É possível garantirmos a nossa segurança e dos nossos aliados com uma redução de até um terço das nossas armas nucleares”, disse Obama, pedindo à Rússia um aprofundamento das negociações de redução. O tratado assinado em 2010 tinha imposto um limite de 1550 ogivas e 700 dispositivos de lançamento (menos de metade dos 1600 previstos no anterior tratado de 1991.<_o3a_p>

Ainda antes do Presidente norte-americano falar em Berlim, em Moscovo já um conselheiro do Kremlin dizia que a proposta de Obama tinha chegado à Rússia. Mas, na opinião do Kremlin, seria preciso incluir outros países com armas nucleares no processo e não deixar o diálogo somente entre EUA e Rússia. “A situação de hoje não é a mesma que nos anos 1960 e 1970, quando apenas os EUA e a União Soviética levavam a cabo negociações de redução de armamento nuclear”, disse Iuri Ouchakov citado pela AFP. <_o3a_p>

Obama começou a sua intervenção em Berlim com um animado “Hellooooo Berlin”, e passou logo a comentar como nem ele nem a chanceler alemã se parecem com os anteriores líderes dos respectivos países. <_o3a_p>

Falando da história, e com o muro como tema recorrente, Obama declarou que a queda do muro de Berlim é prova de que “são os cidadãos que decidem ser definidos por um muro ou derrubá-lo”. À menção ao “derrube este muro”, o apelo feito ali a uns metros por Ronald Reagan, Obama fez um apelo ao derrube de outros muros, que separam pessoas diferentes. “A intolerância alimenta a injustiça”.

"Todos merecem oportunidades"
Obama referiu ainda a famosa frase “Ich bin ein Berliner”, dita também a alguns metros dali por John F. Kennedy, a frase de apoio aos EUA aos alemães ocidentais. “'Ich bin ein berliner' dura até hoje, mas não foi tudo o que ele disse nesse dia. Menos recordado é o desafio que ele lançou à multidão. Deixem-me pedir-vos para levantarem os vossos olhos para além dos perigos de hoje... Olhem para o dia de paz e justiça, para além de vocês próprios”, disse.

Falando sobre desafios como o desemprego jovem e as desigualdades, sublinhando que enquanto houver “estômagos vazios e angústia pelo desemprego, não somos realmente prósperos”, Obama assegurou que a América está com a Europa no enfrentar da crise. E que “todos merecem oportunidades”, seja em Cleveland ou noutras cidades americanas, seja “em Berlim, Atenas ou Madrid”.<_o3a_p>