Polícia brasileira usa força para impedir protesto em Fortaleza
Manifestantes queriam aproximar-se do estádio onde se realizou o jogo Brasil-México.
Os manifestantes expressaram-se contra o esbanjamento de dinheiro com acontecimentos desportivos como o que decorre (a Taça das Confederações), o Mundial de 2014 e os Jogos Olímpicos de 2016 no Rio de Janeiro.
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Os manifestantes expressaram-se contra o esbanjamento de dinheiro com acontecimentos desportivos como o que decorre (a Taça das Confederações), o Mundial de 2014 e os Jogos Olímpicos de 2016 no Rio de Janeiro.
De acordo com as agências noticiosas, várias pessoas ficaram feridas em Fortaleza. A polícia cercou o estádio.
De acordo com o jornal Folha de São Paulo, os manifestantes empunhavam cartazes com palavras de ordem contra o Governo da Presidente Dilma Rousseff e a Federação Internacional de Futebol (FIFA).
Em Belo Horizonte, onde na segunda-feira à noite um grupo de manifestantes atacou o Relógio da Copa, que fazia a contagem decrescente até ao Mundial de 2014, esteve marcado um protesto para esta tarde.
Os manifestantes que há uma semana ocupam as ruas das principais cidades brasileiras pedem o fim do investimento em acontecimentos e obras efémeras e a canalização dos recursos para áreas chave como a educação e a saúde. Na origem dos protestos esteve o anúncio do aumento dos transportes públicos, que os utentes consideram ser demasiado caros e demasiado maus.
Na noite de terça para quarta-feira, 50 mil pessoas saíram à rua em São Paulo. Os relatos indicam que os manifestantes tentaram acalmar e dissuadir um pequeno grupo que pretendia invadir a prefeitura. O edifício foi apedrejado e a polícia usou spray de gás pimenta contra os que tentavam entrar no edifício.
O governo estadual informou que uma força de segurança esteve durante os protestos no interior da prefeitura e optou por não intervir porque isso “poderia prejudicar parte da maioria pacífica dos manifestantes” que desfilaram no centro histórico e na Avenida Paulista. Uma agência bancária foi apedrejada, assim como um edifício da Polícia Militar (a polícia urbana). Os manifestantes atacaram também carros de exteriores de canais de televisão (Tv Record e Globo) porque consideram que as reportagens não são justas e parciais.
O clima manteve-se tenso durante toda a noite e registaram-se actos de vandalismo - as câmaras das televisões filmaram gente a partir montras de lojas de electrodomésticos e a levar produtos.
No estrangeiro, na terça-feira, brasileiros manifestaram-se em cidades como Lisboa e Porto – com cerca de 300 pessoas em cada uma das cidades –, Miami (Estados Unidos), Toronto (no Canadá) ou Cidade do México. Nova Iorque, Dublin, Berlim e Montreal também já assistiram a protestos.
Estão marcados novos protestos para o início da noite (hora brasileira) em várias cidades e a agenda dos protestos é a mesma: obrigar a Presidente Dilma (que anunciara ir pedir ajuda ao seu antecessor, Lula da Silva, sobre a forma de pôr fim à revolta popular - a repensar os investimentos.
Num esforço de transparência, que não terá ajudado a acalmar o clima nas ruas, o Governo brasileiro anunciou esta quarta-feira que o custo das obras para o Mundial 2014 deverá chegar aos 28 mil milhões de reais (9700 milhões de euros), mais 5,6% do que a última previsão. Em Fevereiro, as obras nas 12 cidades que vão acolher o Campeonato do Mundo, que compreendem construção e remodelação de estádios, e melhoramentos das redes viárias, de transportes públicos e aeroportos, tinham um custo previsto de 26.500 milhões de reais (9180 milhões de euros).