Governo da Turquia quer limitar e criminalizar o uso das redes sociais
O Twitter foi fundamental para organizar o protesto do Parque Gezi e as manifestações em Taksim.
Na quarta-feira o ministro do Interior, Muammer Güler, confirmara que as redes sociais e os sites estão no radar do Governo do primeiro-ministro, Recep Erdogan.
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Na quarta-feira o ministro do Interior, Muammer Güler, confirmara que as redes sociais e os sites estão no radar do Governo do primeiro-ministro, Recep Erdogan.
Há 20 dias que há protestos na Turquia e a organização das manifestações e acções de resistência recorreu às redes sociais. Güller disse que a polícia está a "actuar sobre a questão" e disse que já foram detidas pessoas em Esmirna devido a tweets "provocadores" durante os protestos. Estes começaram com o objectivo ambientalista de impedir a construção de um centro comercial em Gezi (o parque junto a Taksim) e cresceram até se tornarem contestações à política ultraconservadora do Governo.
"Temos estudos sobre todos os que realizaram provocações na via pública através de falsas notícias divulgadas via Twitter que levaram a acções que ameaçaram a segurança, a vida e a propriedade", disse o ministro.
O Presidente, Abdullah Gül, disse no dia 7 de Junho que o Twitter estava a ser usado de forma abusiva. "Neste processo, toda a gente deve agir de forma responsável e com contenção. Não vou permitir que se faça uma caça às bruxas via Twitter."
Estima-se que tenham sido enviados cinco milhões de tweets sobre a Praça Gezi e estão todos a ser investigados pelo departamento de ciber-crimes, segundo as fontes do Hürriyet.
Os protestos continuam na Turquia, com focos de resistência a surgirem em várias cidades - a polícia de choque acabou com os protestos em Gezi e Taksim usando gás lacrimogénio - o Governo de Erdogan anunciou que vai comprar mais equipamento deste –, balas de borracha, canhões de água, bastonadas e pontapés; quatro pessoas morreram e 7500 ficaram feridas.
Nesta quarta-feira mais cinco pessoas ficaram feridas na província de Eskisehir, na Anatólia, onde cinco mil pessoas se juntaram numa manifestação na terça à noite. A intervenção da polícia, ao início da madrugada, feriu três manifestantes e um jornalista; um polícia também ficou ferido.
Foram gritadas palavras de ordem como "Taksim é em todo o lado, em todo o lado resistência" e "Governo para a rua" na praça central da cidade de Eskibaglar.