Dilma diz que está a ouvir “as vozes pela mudança”

Presidente brasileira vai reunir-se com Lula da Silva.

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Dilma Rousseff Tasso Marcelo/AFP

“O meu Governo está empenhado e comprometido com a transformação. As vozes das ruas querem mais. Mais cidadania, mais saúde, mais educação, mais transporte, mais oportunidades. Eu quero aqui garantir que o meu Governo também quer mais, e que nós vamos conseguir mais para o nosso país e para o nosso povo”, disse Dilma Rousseff, em Brasília.

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“O meu Governo está empenhado e comprometido com a transformação. As vozes das ruas querem mais. Mais cidadania, mais saúde, mais educação, mais transporte, mais oportunidades. Eu quero aqui garantir que o meu Governo também quer mais, e que nós vamos conseguir mais para o nosso país e para o nosso povo”, disse Dilma Rousseff, em Brasília.

A Presidente defendeu o direito dos manifestantes e qualificou os protestos como uma “mensagem directa das ruas”: “Essa mensagem directa das ruas é de repúdio à corrupção e ao uso indevido do dinheiro público. Essa mensagem dirceta das ruas contempla o valor intrínseco da democracia”, afirmou Dilma, mostrando orgulho no seu país, depois de mais de 200 mil pessoas terem saído na segunda-feira para as ruas.

“O Brasil hoje acordou mais forte. É bom ver tantos jovens e adultos, o neto, o pai, o avô juntos com a bandeira do Brasil cantando o hino nacional, dizendo com orgulho ‘eu sou brasileiro’ e defendendo um país melhor. O Brasil tem orgulho deles. Devemos louvar o carácter pacífico dos actos de ontem”, disse a Presidente, citada pelo Globo.

O jornal Folha de São Paulo avança que a Presidente vai viajar para São Paulo, onde se reunirá com o antecessor, Lula da Silva. A onda de protestos será um dos temas em discussão.

Os protestos no Brasil começaram em São Paulo por causa do aumento do bilhete de transportes (em sete cêntimos de euro), mas alargaram-se a outras cidades. A violência policial no dia 13 de Junho, na repressão dos manifestantes, também ajudou a gerar uma onda de contestação que já ultrapassa a mera questão dos transportes.

Um estudo do Instituto DataFolha dá conta também de temas como a corrupção e os políticos entre os que mais mobilizam os cidadãos brasileiros, maioritariamente jovens, sem ligações partidárias, com ensino superior e mobilizados na Internet. E os gastos com o Mundial 2014 também têm sido referidos por vários manifestantes, numa altura em que decorre a Taça das Confederações, uma prova que serve de teste para o Campeonato do Mundo do próximo ano.

Segundo números do último relatório da organização do Mundial, citados pela Folha de São Paulo, os custos do Mundial 2014 já ultrapassaram os 26.500 reais (9200 milhões de euros) e estima-se que possam atingir os 33 mil milhões (11.500 milhões de euros). O valor previsto inicialmente era de 23.800 reais (8300 milhões), sendo que o Estado brasileiro (governos federal, estaduais e municipais) assegura 85% do financiamento.

A maior fatia será gasta na mobilidade urbana (3000 milhões de euros), logo seguido pelos estádios (2500 milhões de euros) e aeroportos (2400 milhões). Outras parcelas com algum significado são a segurança (630 milhões de euros), os portos (240 milhões), as telecomunicações (130 milhões) e o turismo (74 milhões de euros).